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15 de Março de 2021 17h10

Um ano de luta contra o coronavírus em Cuiabá

EMANUEL PINHEIRO

Há um ano, mais precisamente em 14 de março de 2020, tivemos a confirmação do primeiro caso de COVID-19 em Cuiabá. Desde então passamos a viver momentos de angústia, tensão e dor, em um nível que esta geração nunca havia vivenciado antes.

Mesmo antes do primeiro caso de COVID-19 ser registrado no Brasil, Cuiabá já vinha se preparando para a pandemia. A equipe da Vigilância de Saúde do município, ainda em fevereiro, começou a estudar a rede hospitalar para possíveis adequações que seriam necessárias caso a pandemia chegasse na capital. E ela chegou.

Criamos o Comitê de Enfrentamento à COVID-19, que elaborou o Plano de Contingência COVID-19, com as diretrizes para a condução do município durante o período da pandemia. Uma das ações mais importantes do Plano foi a transformação do antigo Pronto Socorro Municipal em Hospital Referência COVID-19. Quando passou a funcionar como Hospital Referência, abrimos na unidade 40 leitos de UTI adulto, 15 UTIs pediátricas além dos leitos de enfermaria, todos exclusivos para pacientes de COVID-19. Também abrimos a UPA Verdão para tratar exclusivamente de doentes com coronavírus enquanto durar a pandemia.

À medida que a doença foi avançando e os casos aumentando, abrimos mais 20 leitos de UTI adulto no dia 13 de julho e no dia 17 de julho entregamos mais 20 leitos. O Hospital de Referência passou a contar com 95 leitos de UTI apenas para pacientes com coronavírus ou com suspeita da doença. Quando abrimos esses 40 leitos novos, Cuiabá passava por um colapso no atendimento, pois a quantidade de pacientes da capital e do interior que precisavam de UTI era maior do que o número de leitos disponíveis. Esses leitos foram essenciais para zerar a fila de UTI do COVID em Mato Grosso.

Após passarmos do pico da pandemia, os números começaram a cair gradualmente e começamos a flexibilizar as medidas restritivas. Não voltamos à normalidade, mas começamos a retomar as atividades presenciais em quase todos os segmentos. Mesmo com os números de contaminação e de óbitos caindo, decidimos manter todos os leitos de UTI COVID abertos, pois a pandemia ainda persistia.

Hoje vimos que a nossa decisão de não fechar nenhum leito de UTI COVID foi mais do que acertada. Estamos vivendo a segunda onda da pandemia, e ela veio muito pior do que a primeira. Chegamos a um ponto em que, mesmo com as UTIs que abrimos em julho ainda precisamos de mais leitos para conseguirmos suprir toda a demanda, que vem do Estado inteiro. Para isso, na última semana anunciamos a abertura de mais 20 UTIs exclusivas para COVID e 40 leitos de enfermaria no Hospital São Benedito, que passou a atender apenas pacientes com coronavírus. Também abrimos mais 19 leitos de enfermaria no Hospital Referência, totalizando 96 enfermarias na unidade. Além disso Cuiabá conta ainda com as UPAs e Policlínicas e unidades de Atenção Básica para o atendimento dos casos leves a moderados.

Estamos fazendo absolutamente tudo o que está ao nosso alcance para abrirmos mais vagas nos hospitais e podermos atender todos os infectados com essa doença tão terrível e que já ceifou tantas vidas. Mas também não podemos esquecer que temos outras enfermidades, que estão sendo atendidas no Hospital Municipal de Cuiabá, mais conhecido como HMC.

Este é o pior momento desde um ano de pandemia. Os óbitos voltaram a ser numerosos e estão atingindo pessoas bem jovens. Não há mais grupo de risco, hoje o que temos é comportamento de risco. Por isso é importante que todos sigam as regras sanitárias que já foram amplamente divulgadas. Da nossa parte, estamos trabalhando arduamente na campanha de vacinação e se Deus quiser, logo conseguiremos comprar mais vacinas para conseguirmos acelerar a imunização. Estamos focados em controlar a transmissão e diminuir o contágio e com fé em Deus vamos vencer essa batalha.

 

EMANUEL PINHEIRO - PREFEITO DE CUIABÁ