Mulher / MARCO HISTÓRICO
26 de Julho de 2024 14h40
Seminário das Pretas consolida visibilidade aos anseios da mulher negra e migrante
A 3ª Edição do Seminário das Pretas, promovido pela Prefeitura de Cuiabá, via Secretaria Municipal da Mulher, nesta quinta-feira (25), no Hotel Fazenda Mato Grosso, teve a participação de mais de 200 pessoas entre autoridades e representantes de diversos segmentos do movimento pela igualdade racial.
O evento coincide com o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, e fomenta a produção intelectual e acadêmica/ativista de mulheres negras.
“A participação social dessas mulheres negras, com seus depoimentos e as suas experiências, é uma fonte rica para estudo, pesquisa e elaboração de políticas públicas”, apontou Vânia Viana Santos, Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra Mulheres.
Além de estimular a reflexão social sobre os desafios contínuos enfrentados pela população feminina negra, o seminário buscou debater os altos índices de violência doméstica e feminicídio que afetam esse grupo.
Somente no Espaço de Acolhimento da Mulher, voltado ao atendimento de vítimas de agressões familiares, mais de 66% dos atendimentos são de mulheres negras. No setor de assessoria de suporte jurídico, o número gira em torno de 68%.
“Elas estão na ponta do subemprego. Elas estão na ponta onde a violência é intensa. É fundamental que façamos esse recorte para compreender por que estamos fazendo esse atendimento. São uma série de fatores que fazem com que essa mulher negra, de fato, fique numa posição de vulnerabilidade”, disse Elis Prates, adjunta da Mulher.
População Latino-Americana
A população migrante feminina também foi uma das vozes mais marcantes durante os painéis do seminário, pois as diversidades que se impõem às mulheres negras moldam o presente da população latina e caribenha presente na capital.
As mulheres migrantes de países como Venezuela, Haiti e outros latino-americanos enfrentam muitas formas de opressão cultural, racismo e machismo acentuados pela desigualdade social.
“A mulher imigrante, por estar em outro país, pois são dados e estudos comprovados, está mais vulnerável à violência doméstica por toda questão da vulnerabilidade social e, muitas vezes, cultural”, elencou Arlete Benitez, ativista social da população migrante.
As mulheres migrantes estão entre os grupos desproporcionalmente mais afetados por este problema de violência de gênero, discriminação racial e xenofobia.