Saúde / Prevenção
25 de Agosto de 2015 16h01
Secretaria vai disponibilizar vacinação para mulheres convivendo com HIV/AIDS
O Serviço de Assistência Especializada (SAE), da Secretaria de Saúde de Cuiabá oferece a partir deste mês, a vacina contra o HPV. As mulheres que convivem com o HIV/AIDS, na faixa etária de 09 aos 26 anos, poderão receber a vacina toda a última terça-feira de cada mês. A nova rotina de serviço na unidade do SAE estará funcionando a partir do dia 25 de agosto, das 08h00 às 16h00.
“A vacinação contra o vírus do HPV para as mulheres que integram o grupo PVHA, ou seja, pessoas vivendo com HIV/AIDS, e que estejam na faixa etária de 09 a 26 anos, será oferecida toda a última terça-feira de cada mês lembrando que para o restante da população que não é portadora do vírus HIV, a vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde”, explicou a enfermeira e técnica do Programa Municipal DST/AIDS e Hepatites Virais, Maria Caroline.
Nesse caso, segundo determinação do Ministério da Saúde, a faixa etária da população feminina que pode tomar a vacina contra o HPV são as meninas de 9 a 11 anos. A vacina passou a ser oferecida para as mulheres entre 9 e 26 anos, que têm HIV e foram infectadas pelo HPV, porque nesse grupo elas têm cinco vezes mais chances de desenvolver a doença do que a população em geral. Portanto, há uma recomendação de que meninas de 9 e até mulheres de 24 e 26 anos façam a vacinação contra o HPV para conferir uma proteção adicional contra o câncer do colo do útero, até porque a vacina também protege contra outras doenças genitais, além de melhorar a qualidade de vida.
"Se elas estiverem protegidas contra o HPV, elas não terão risco de ter infecções persistentes. Então é no sentido de conferir melhor qualidade de vida para essas mulheres, que essas vacinas estão sendo disponibilizadas ‘, salientou a coordenadora técnica do programa.
SAE
O Serviço de Assistência Especializada (SAE) é referência para o acompanhamento e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), e também o acompanhamento e tratamento de pessoas que convivem com a HIV/AIDS e hepatites virais no município de Cuiabá.
Segundo a enfermeira e técnica do Programa Municipal DST/AIDS e Hepatites Virais, Maria Caroline, atualmente existem 3.000 pessoas cadastradas no SAE, entre crianças e adultos, em tratamento dessas doenças. Lá, além de receberem medicação essas pessoas contam com a assistência em várias especialidades médicas como infectologistas, hepatologista, ginecologista entre outros.
Em Cuiabá, o SAE está localizado ao lado do Centro de Saúde do Bairro Grande Terceiro.
Saiba mais para se proteger
O Papilomavírus Virus Humano (HPV), como o próprio nome diz, é um vírus que infecta a pele e mucosas e pode causar câncer do colo de útero e verrugas genitais.
O HPV é considerado uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), ou seja, transmitido através do sexo desprotegido, sem o uso do preservativo.
“Esse vírus é considerado perigoso, pois alguns tipos de HPV podem causar câncer de colo uterino nas mulheres, e quando é realizado o sexo oral sem preservativo, pode causar o câncer de faringe, laringe ou boca, caso a pessoa esteja contaminada“, explicou Maria Caroline.
O que é o HIV
O HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O HIV age alterando o DNA dessa célula, fazendo cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
Cenário da doença
Segundo dados do Ministério da Saúde, o total de brasileiros com acesso ao tratamento com antirretrovirais no país mais do que dobrou entre 2005 e 2014, passando de 165 mil pacientes naquele ano para 400 mil no ano passado.
Atualmente, o sistema Único de Saúde (SUS) oferece, gratuitamente, 22 medicamentos para os pacientes soropositivos, sendo que desse total, 12 são produzidos no Brasil.
Desde 1980 foram notificados 757 mil casos de AIDS no Brasil. De acordo com dados oficiais, epidemia no país está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes o que representa cerca de 40 mil novos casos de AIDS ao ano. O coeficiente de mortalidade por aids caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de 6,4 casos de mortes por 100 mil habitantes (2003) para 5,7 casos (2013).
Segundo o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2014, o público jovem é o que apresentou maior taxa de detecção da doença – passando de 9,6 por 100 mil habitantes (2004) para 12,7 por 100 mil pessoas (2013).