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Educação / Melhor Idade

21 de Outubro de 2015 15h48

Secretaria debate políticas públicas para a educação de jovens e adultos

ROSANE BRANDÃO

Jorge Pinho

Arquivo

Debater sobre uma política pública específica para os idosos na perspectiva de garantir a eles qualidade de vida e bem estar social. É com essa proposta que a Secretaria promoveu nesta terça-feira (20) uma mesa redonda com a participação de profissionais de vários segmentos ligados à educação e saúde da pessoa idosa. 

O tema da mesa redonda foi “O idoso e a EJA para além da alfabetização: a garantia do direito de qualidade de vida e bem estar social”. Além dos profissionais da área, o evento contou também com a presença de idosos atendidos na EJA nos Centros de Convivência Padre Firmo, Maria Ignês, João Guerreiro e Aidee Pereira.

Conforme destacou a secretária adjunta de educação, Marioneide Kliemaschewsk, a rede municipal atende aproximadamente 1,7 mil alunos na Educação de Jovens e Adultos (EJA), desse total pelo menos 370 são idosos. Segundo a secretária, além dos idosos, a EJA também atende os segmentos de prisões, campo e urbana. 

“Estamos trabalhando para formar uma educação que atenda as necessidades de cada segmento, ouvindo as sugestões de cada um, com o objetivo de construir uma política que vá muito além da alfabetização, mas que também garanta a valorização e a inserção dessas pessoas na sociedade”, disse Marioneide Kliemaschewsk.

Segundo a fisioterapeuta da Secretaria Municipal de Educação, Francielle Fialkoski, o processo de alfabetização do idoso é totalmente diferente do da criança e essa diferença precisa ser respeitada, levando em consideração a sua experiência de vida. “O idoso apresenta algumas alterações no processo de envelhecimento, que vão resultar em dificuldades na alfabetização. Por isso, é importante que o idoso seja estimulado a ter autonomia e independência”, observou a fisioterapeuta.

Para o médico Geriatra Roberto Gomes de Azevedo, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de MT, o não acesso à educação resulta no isolamento social e acaba criando dificuldades comuns no dia a dia, como por exemplo, ler uma bula de remédio. “São essas especificidades próprias do idoso que precisam ser levadas em consideração nesse processo, visando garantir a eles uma vida mais saudável e produtiva”, disse o geriatra. 

O compositor e cantor João Nelci dos Santos, 68 anos, um dos alunos do CCI João Gerreiro, no bairro Altos do Coxipó, sempre gostou de compor músicas, mas pelo fato de não saber ler nem escrever não podia deixar grafadas suas canções. “Esse sempre foi um problema que me incomodava muito, mas um dia decidi que iria mudar isso. Hoje escrevo minhas músicas e já tenho todas guardadas”, disse Nelci Santos.

Algumas das composições do senhor João Nelci foram apresentadas no evento.