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Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência /

27 de Setembro de 2011 16h54

Secretaria de Assistência Social de Cuiabá recolhe moradores de rua durante Projeto “Porto da Paz”

Viviane Moura/Secom/Cuiabá-8452-3610


A ação conjunta realizada pela Prefeitura de Cuiabá, Tribunal de Justiça de Mato Grosso e Polícias Militar e Civil, na região do Porto, recolheu das ruas do bairro 24 pessoas em situação de vulnerabilidade social. A mobilização que ocorre desde a manhã desta terça-feira (27-9) e se estenderá até o período noturno, faz parte da primeira etapa do Projeto “Porto da Paz”.

A Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano (SMASDH), responsável pela abordagem e triagem das pessoas recolhidas, encaminhou esta manhã 14 homens para o Centro de Triagem, 1 mulher para a Casa de Abordagem Solidária e um adolescente para a Delegacia Especializada dos Direitos da Criança e Adolescente (Dedica). Nesta tarde são feitos novos cadastramentos.

O encaminhamento será dado conforme as necessidades dos abordados. Dentre os serviços oferecidos estão o atendimento nos Centros de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS), Centros de Atenção Psicossocial(CAPS), Casa de Abrigamento de Mulheres Vítimas de Violência e Albergue Municipal Manoel Miraglia e, até mesmo, Hospital Adauto Botelho.

As pessoas em situação de risco oriundas de outros Estados serão encaminhadas de volta. Aquelas que necessitam de tratamento médico serão encaminhadas para tratamento. A Prefeitura de Cuiabá ainda possibilitará a colocação dos atendidos em abrigos. Já a Secretaria Municipal de Meio Ambiente ficará responsável pela fiscalização nos estabelecimentos comerciais da região, visando combater a prática de ilícitos, como a venda de bebidas alcoólicas a menores e exploração sexual.

O gerente da Coordenadoria de Proteção Especial e Alta Complexidade da  SMASDH, Edilson Proença, explica que a intenção da Secretaria é fazer uma abordagem social. “Sabemos que têm pessoas nas ruas que não se buscam tratamento por falta de condições. Estamos oferecendo o suporte que muitos necessitam para se recuperar do vício das drogas, do álcool e voltar a fazer parte da sociedade”.

De acordo com o capitão da Polícia Militar, Darwin Salgado, que comanda o grupamento de segurança dos técnicos da SMASDH durante a abordagem, o objetivo é devolver a tranquilidade à região. “Estamos fazendo um trabalho social de encaminhamento, mas também de segurança, o contingente de pessoas de rua que circulam na região do Porto acaba afastando a comunidade devido a assaltos e pequenos furtos”.

Darwin destaca que a maioria dos recolhidos possui problemas com álcool e drogas, fato que os leva a cometer pequenos crimes. “Vamos intensificar os trabalhos nessa região devido à grande concentração de pessoas em risco social”.

Para o morador de rua, Tiago Alves Lima, 28 anos, ex-ajudante de pedreiro, essa é uma iniciativa de grande importância. Ele é um dos recolhidos que se dispôs a se internar em uma casa de recuperação de drogas. “A vida na rua é miserável, você deita e não sabe se acorda. Não quero mais ser discriminado pela sociedade, desejo me tratar e sei que essa pode ser minha última chance”. Tiago vive nas ruas da capital há cerca de um ano. Chegou à cidade para trabalhar vindo de Rondonópolis. Ele é usuário de entorpecentes desde os 14 anos.

A ação “Porto da Paz” será desenvolvida por 60 dias, uma vez por semana. A próxima está marcada para a quinta-feira (06/10). Cerca de 30 policiais militares e três equipes da SMASDH participam das abordagens.