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20 de Outubro de 2010 11h00

Sanecap e convidados assistem palestra da tecnologia Biopuster no tratamento do lixo

Neila Barreto

Diretores da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) e convidados conheceram nesta terça-feira (19) no período vespertino, no Memorial da Água “engenheiro José Luiz de Borges Garcia”, a tecnologia Biopuster América Latina. A palestra foi aberta pelo presidente da companhia, Carlos Roberto da Costa, que falou da mesma para a Sanecap, cujo objetivo foi demonstrar o aproveitamento racional e energético dos resíduos sólidos urbanos e novas tecnologias utilizadas no tratamento desses resíduos.

Rodrigo A. R. Franco, diretor executivo da Biopuster iniciou a palestra informando que a empresa utiliza uma tecnologia austríaca, com 17 anos de experiência nos mercados internacionais da Europa e Ásia, seja para descontaminação e desmonte seguro de aterros sanitários, bem como, para a reciclagem e compostagem dos resíduos sólidos urbanos gerados em quaisquer cidades.

Ele informou que o processo permite a interação com as cooperativas de reciclagens para aproveitamento e o restante dos resíduos sólidos passa por um processo de compostagem acelerada, que dura 28 dias, um período durante o qual toda a matéria orgânica é convertida
em adubo. Nesse processo, o município pode trabalhar a educação ambiental e a conscientização da população quanto à destinação correta dos resíduos.

A tecnologia Biopuster permite a utilização de quatro alternativas: o depósito dos resíduos sólidos em um aterro sem gerar chorume ou biogás; a industrialização dos rejeitos plásticos para aproveitamento; uma parceria com uma indústria cimenteira para que esta aproveite o combustível nos fornos para produção de cimento e na montagem de uma termoelétrica, aonde essa matéria seria incinerada para gerar energia.

Franco explicou que a tecnologia permite liberar áreas contaminadas para empreendimentos desde estradas, parques e até novas regiões residenciais. Lanças são fixadas nos patamares dos resíduos sólidos para injetar ar comprimido enriquecido com oxigênio, ao mesmo tempo em que, tubulações periféricas retiram a vácuo e filtram gases gerados pelos resíduos. Depois de tratado, o resíduo sólido descontaminado pode ser retirado liberando a área.

Os resíduos sólidos que chegam até o aterro sanitário passam por um processo de seleção, separando o reciclável do orgânico, que segue para células de tratamento, onde recebem a mesma injeção de oxigênio aplicada na área do passivo ambiental. Ao final de quatro semanas, o material passa por uma nova separação, reservando o material reciclável do composto orgânico.

“Todo esse processo tecnológico da Biopuster, seja para o tratamento do aterro sanitário, como para o lixo diário geram os chamados certificados de carbono que podem ser negociados em bolsas européias, cujo valor hoje é de R$ 34,00 por cada certificado. Com esta tecnologia, Cuiabá será beneficiada com 100% do tratamento dos resíduos domésticos, por meio da triagem, reciclagem e compostagem, não gerando nenhum chorume. Todos os equipamentos podem ser montados ao lado do aterro, onde não serão gerados novos passivos ambientais. O resultado do tratamento é o adubo que pode ser utilizado em parques, jardins e canteiros da cidade, finalizou Franco.

Carlos Roberto da Costa encerrou a palestra, agradecendo a presença de todos e disse que “o que aqui foi explicitado pela Biopuster é a questão do lixo em Cuiabá, que é um problema de todos os cuiabanos”, concluiu.

Participaram da palestra os diretores da Sanecap: Carlos Roberto da Costa (Presidente), Frederico Carlos Soares Campos (Financeiro), Álvaro Luiz Gonçalves (Técnico), Dejair Soares (Comercial), o vereador Juca do Guaraná, Benedito Rubens e Juscelino Araújo (conselheiros da Sanecap), Arquimedes Pereira Lima (secretário municipal do Meio Ambiente de Cuiabá), técnicos das secretarias de estado do meio ambiente e da educação, da câmara municipal de Cuiabá, colaboradores, gerentes da Sanecap e convidados.