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Saúde / Usuários de Drogas

09 de Novembro de 2015 10h33

Reunião entre prefeitura e TJ discute implementação da rede integrada de atendimento psicossocial em Cuiabá

MARIA BARBANT

O  secretário adjunto de Assistência, Daoud Mohd Khamis Abdallah, disse na última sexta-feira (6), durante reunião no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que o município de Cuiabá já oferece atendimento aos usuários de drogas nos Centros de Atenção Psicossocial Adulto, Infantojuvenil, Álcool e Drogas (AD), e residências terapêuticas. “Mas, é preciso que Estado e governo federal estejam integrados a fim de que o sistema de saúde possa melhorar e ampliar a oferta desse serviço à população”.

Daoud Abdallah e os secretários de Ordem Pública e Assistência Social de Cuiabá, participaram da reunião que tinha por objetivo discutir a minuta de uma  proposta de criação e implementação da Rede de Atenção Psicossoal (RAPS) para Cuiabá. A proposta, além das responsabilidades de cada órgão, traz o modelo de rede a ser implementada na capital. Também participaram da reunião conduzida pelo desembargador Marcos Machado, representantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Comissão Especial sobre Drogas Ilícitas do TJMT.

A ideia é que por meio da RAPS o serviço de recuperação e prevenção do uso de drogas, que já é oferecido pela rede pública de saúde em Cuiabá, possa ser integrado, explicou o desembargador Marcos Machado, representante da Comissão Especial sobre Drogas Ilícitas do TJMT. Segundo ele,  a ideia surgiu a partir de um  curso que está sendo realizado  pela UFMT, para magistrados e servidores do Poder Judiciário, que atuam com o tráfico ou uso de substâncias entorpecentes.  

“Nossa intenção é contribuir com a implementação dessa rede a fim de possamos oferecer assistência digna e eficiente aos usuários e suas famílias”, destacou o desembargador.

A coordenadora do Centro Regional de Referência para Formação Permanente de Profissionais que atuam com Usuários de Crack, outras Drogas e seus Familiares (CRR/UFMT), professora Delma Oliveira de Souza, lembrou que para que esse atendimento  realmente beneficie a população , ele precisa ser conjunto.  “Assim, qualquer um dos órgãos que integrarem a rede estará apto para realizar o seu trabalho e, quando o atendimento estiver fora de sua competência, saberá para onde encaminhar o paciente”, salientou. O CRR/UFMT  é  o coordenador da capacitação .

O secretário municipal de Ordem Pública de Cuiabá, tenente coronel PM Eduardo Henrique de Souza, disse que com essa parceria, será estabelecida uma conexão entre as áreas de atuação no combate às drogas. “A partir dessas definições cada um terá a sua função especificada e saberá o que cada integrante da rede pode e deve fazer quanto ao atendimento dessas pessoas”.

Segundo o documento preliminar apresentado, a rede intersetorial deve ser  formada por instituições do município de Cuiabá, representada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o Poder Judiciário.

Após a leitura do documento preliminar ficou definido na reunião que os representantes das secretarias municipais envolvidas irão revisar o documento e apresentar até o dia 13 de novembro uma versão final. Os magistrados terão o prazo de uma semana para avaliar e apresentar sugestões. O documento deverá então ser aprovado pelos representantes do Município e da Comissão e só então apresentado ao prefeito Mauro Mendes.

Outra questão importante levantada durante a reunião foi a disponibilidade de leitos para atendimento de usuários de drogas.  

 Proposta

 Em outubro o prefeito de Cuiabá Mauro Mendes recebeu os representantes da Comissão Especial Sobre Drogas Ilícitas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que apresentaram a proposta de criação da Rede de Integração para Prevenção do Consumo de Drogas na capital.  

A coordenadora do Centro Regional de Referência para Formação Permanente de Profissionais que atuam com Usuários de Crack, outras Drogas e seus Familiares (CRR/UFMT), professora Delma Oliveira de Souza explicou que  tratar a questão da dependência química, não é uma tarefa que deve ser feita de maneira individual ou por uma instituição só. “A dependência química se apresenta de fora complexa em cada indivíduo e a prevenção e assistência também é complexa. Por isso, temos que envolver várias frentes, várias instituições, cada uma delas com papel definido a cumprir  dentro desse atendimento”.

A proposta além de reorganizar o serviço de atendimento psicossocial no município vai efetivar uma política pública de atendimento ao dependente químico.