Saúde / PRESTAÇÃO DE CONTAS
28 de Fevereiro de 2018 17h00
Relatório do 3º quadrimestre da Saúde alerta para aumento de 48% da demanda na Capital
A Secretária Municipal de Saúde de Cuiabá, Elizeth Araújo participou na tarde desta terça-feira (27), de uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Cuiabá para apresentar o Relatório da Produção de Serviços da Rede Assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS) da Capital no 3º quadrimestre de 2017. A prestação de contas se refere à rede pública de saúde, incluindo as unidades contratadas e conveniadas, e cumpre o que determina o artigo 36, §5º da Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012.
Durante a audiência pública, conduzida pelo presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, vereador Ricardo Saad, a gestora elencou que um dos maiores entraves da SMS tem sido o aumento na procura pela saúde pública da Capital que, apenas em 2017, registrou acréscimos de 48,33% na produção geral, se comparado com 2016. Segundo ela, esse percentual elevado nos atendimentos foi sentido em toda a rede e é reflexo da crise nacional que culminou na perda de planos privados de saúde e no fechamento de hospitais regionais. “Sem plano de saúde e sem o serviço em seu município de origem, Cuiabá, mais do que nunca, se tornou a referência em saúde para todo Mato Grosso”, disse.
Respondendo às perguntas dos vereadores, dentre eles Diego Guimarães, Eliseu Nascimento e Dilemário Alencar, que a questionaram sobre a falta ou a entrega fracionada de 249 medicamentos, a secretária ressaltou que esses atendimentos vindos do interior de MT, aliado à falta de repasses estaduais à pasta, refletiram diretamente no estoque, planejamento e aquisição de medicamentos.
“Nosso planejamento, que vem sendo feito com muita responsabilidade e com o apoio dos órgãos fiscalizadores e que inclusive está à disposição de toda a vereança, foi frustrado por conta desses quase 50% a mais, vindos do interior do Estado e que não tinham como serem previstos, e pelos atrasos nos repasses estaduais que somados aos meses de 2018 chegam a R$ 60 milhões e ainda pelo não cumprimento do contrato por parte de algumas empresas. Com essa realidade, é humanamente impossível pedir que Cuiabá atenda a nossa população e a de todo Mato Grosso sem que faltem medicamentos e insumos”, frisou.
Apesar das dificuldades, a líder da pasta pontuou também que a SMS, seguindo a determinação de humanização inserida no Plano de Governo do prefeito Emanuel Pinheiro, estartou uma compra emergencial no valor de R$ 30 milhões para sanar o quanto antes o problema e outra, na modalidade de pregão, no valor de R$ 130 milhões, para assegurar à população cuiabana a entrega contínua dos cerca de 800 itens de responsabilidade do município, até o fim de 2019.
“A emergencial já entrará, entre essa e a próxima semana, na fase final. Com ela, asseguraremos medicamentos pelos próximos seis meses quando já teremos concluído o pregão que desde o dia 23 de fevereiro está com edital aberto para empresas interessadas e até junho deverá ser concluído. É importante destacar que não estamos poupando esforços para resolver o quanto antes e com o máximo de humanização a falta ou racionamento desses 249 itens. Vale lembrar que nenhuma unidade deixou de atender os pacientes e que a maioria deles está sendo substituídos por similares. Por exemplo, se não tem o medicamento em gotas, ele é suprido pela mesma posologia em comprimido ou por um equivalente. Além disso, aos que de fato não podem ser trocados por outros, como os de hipertensão e demais doenças crônicas, estamos direcionando o munícipe para a rede de farmácia popular para que retirem o remédio de forma gratuita até que sejam restabelecidos na SMS”, completou.
Questionada por Marcelo Bussik sobre a possibilidade de Cuiabá participar das compras de medicamentos em modelo consórcio, a secretária pontuou que esta é uma das metas do prefeito Emanuel Pinheiro que, inclusive, já determinou o encaminhamento da participação da Capital à Câmara, para apreciação dos vereadores.
Os vereadores Paulo Aráujo, Orivaldo da Farmácia, Marcrean Santos, Ricardo Saad, Gilberto Figueiredo, e Marcelo Bussik parabenizaram o trabalho e a transparência frente à pasta e realçaram o apoio à gestora. “Temos total conhecimento dessas dificuldades e sabemos que a cultura de ‘ambulancioterapia’, do ‘manda para Cuiabá que lá resolve’, vem há muito tempo prejudicando Cuiabá. E mesmo com todas essas dificuldades, a secretária Elizeth segue fazendo um brilhante trabalho. Nós conhecemos a saúde a fundo e ouso dizer que, se tivesse recurso, o trabalho que vem sendo feito pelo prefeito Emanuel e pela secretária Elizeth seria referência nacional. Ambos têm nosso apoio incondicional”, frisou Paulo Araújo.
Além de populares, estiveram presentes os secretários adjuntos em Saúde, Dúbia Beatriz Oliveira Campos, Adriana Aleixo e Milton Corrêa, o diretor geral do Hospital Municipal São Bebedito, Dr. Huark Douglas, os diretores das Atenções Básica e Secundária respectivamente, Larissa kchimel e Flávio Souza, os coordenadores da Sécundária - UPAS e Policlínicas, Kennedy Marques e da Tecnologia da Informação SMS, Gilmar Cardoso e demais assessores da Secretaria de Saúde.