Saúde / Saúde mental
17 de Maio de 2016 08h30
Rede de Atenção Assistência Psicossocial de Cuiabá passa por processo de melhorias
Com três Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS), três ambulatórios de saúde mental, seis residências terapêuticas e mais a Unidade de Pronto Atendimento (UPA Norte) e os PA’s das três Policlínicas (Coxipó, Planalto e Verdão), para os atendimentos nos casos de crise, e o Centro de Especialidades Médicas (CEM), voltado para o atendimento infanto-juvenil, e as equipes de Saúde da Família (PSF’s), que compõem a Rede de Atenção Especializada, o serviço de saúde mental do município atende (com consultas, tratamento e acompanhamento), os usuários do Sistema Único de saúde (SUS) encaminhados pela rede de Cuiabá.Em 2015 as unidades de Atendimento Psicossocial de Cuiabá foram responsáveis por 15.014 atendimentos médicos e de outros profissionais da equipe multidisciplinar.
A equipe psicossocial e multiprofissional do CAPS é formada por Psicólogos, Assistentes Sociais, Enfermeiros, Médicos nas especialidades de Clínica Geral e Psiquiatria, Farmacêuticos, Técnicos de Enfermagem e outros, habilitados para atender os casos de psicoses e neuroses graves. “Esses profissionais buscam tratar as crises para que essas pessoas possam recuperar sua autonomia e se reinserir nas atividades cotidianas. Os CAPS evitam a quebra nos laços familiares e sociais”,explicou a coordenadora especial de Rede Assistencial e Saúde Mental, Darci Silva Carvalho Bezerra, ex
A Rede de Serviço de Saúde Mental de Cuiabá atende pessoas com transtorno mental ou sofrimento decorrente do uso abusivo de álcool e outras drogas, que necessitam de atendimento especializado.“Hoje, a rede psicossocial de Cuiabá está em processo de operacionalização dos projetos aprovados junto ao Ministério da Saúde para a expansão dos serviços. Nesse projeto estão previstas a construção de um CAPS AD, para atendimento em álcool e uma Unidade de Acolhimento Adulto no bairro Centro América e uma outra Unidade de Acolhimento Infanto Juvenil no bairro Jardim Imperial. Além disso, o CAPS I, do Bairro CPA IV, está em reforma para o melhoramento da sua estrutura física”, contou Darci Bezerra.
Para orientar todo esse trabalho, a Rede tem sua ação coordenada pelo Programa Municipal de Saúde Mental (PMSM), instituído pelo Decreto municipal nº 4232, de 17 de novembro de 2004, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelas Políticas Nacional, Estadual e Municipal de Saúde Mental, conforme os princípios definidos na Lei Federal de Saúde Mental (nº 10.216/2001) e a reorganização da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) em consonância com a Portaria Ministerial nº 3.088/2001.
Estrutura
Em Cuiabá os três Centros de Atendimento Psicossial (CAPS), são considerados como os serviços de referência no SUS. Nessas unidades são atendidas as pessoas que sofrem com transtornos mentais, uso de álcool e drogas, que necessitam de cuidados intensivos. As equipes que atuam nessas unidades tem caráter multidisciplinar e trabalham buscando a valorização, autonomia e inserção e reinserção dos pacientes, evitando a sua internação.
Assim, o atendimento de adultos com transtornos mentais graves é feito pelo CAPS I, localizado do Bairro CPA IV e o CAPS II, no Jardim Paulista. As crianças, adolescentes e jovens até 24 anos, com dependência de substâncias psicoativas, são atendidos pelo CAPS AD Infanto-Juvenil, no Bairro Jardim Europa.
Outro elo dessa Rede é o Serviço de Residência Terapêutica (SRT). Hoje são seis unidades que atendem a 46 pessoas oriundas de internação de longa permanência nos hospitais psiquiátricos ou de custódia (com mais de 02 anos ininterruptos, de acordo com a Portaria Ministerial nº 3.090/2011).
Além disso, existem as unidades responsáveis pelo atendimento aos pacientes referenciados pela rede de serviços e egressos de internações hospitalares, ou seja, o Serviço Ambulatorial de Saúde Mental, nas Policlínicas do Coxipó, Planalto e Verdão e no Centro de Especialidades Médicas (CEM), direcionado ao atendimento Infanto-Juvenil.
Serviços
A coordenadora da Rede Assistencial, Darci Bezerra explicou que para acessar os serviços, o usuário deve comparecer ao CAPS onde será acolhido e avaliado pela equipe multidisciplinar, que irá traçar um Plano Terapêutico Individual. “É importante informar que os CAPS oferecem serviços de “portas abertas”, ou seja, atendem a demanda espontânea e é facultada a apresentação de encaminhamentos para realizar o acolhimento”.
A coordenadora lembra ainda que a demanda dos CAPS são os casos mais graves, severos e persistentes e os usuários de substancias psicoativas, além das crianças e adolescentes com transtorno mental. “Os casos mais graves, onde o paciente está em crise, são regulados pela rede para o atendimento de internação no Complexo do Adaulto Botelho”, destacou Darci Bezerra.
Nos CAPS são oferecidos diferentes serviços como grupos de apoio, oficinas terapêuticas, confraternizações, acompanhamento médico, medicação, visitas domiciliares, atividades de orientação e inclusão das famílias e atividades comunitárias.
De acordo com o projeto terapêutico de cada usuário, eles podem passar o dia todo na unidade, parte do dia ou ir apenas para as consultas. “Aqueles que estão todos os dias nas unidades cumprem regime intensivo; alguns dias da semana o regime semi-intensivo e em alguns dias no mês, não intensivo”, detalhou a coordenadora.
Com a estabilização do quadro, os pacientes tem alta do CAPS e passam a ter acompanhamento nos ambulatórios de saúde mental, localizados nas policlínicas e nas Unidades Básicas de Saúde, através do Programa Saúde da Família (PSF's) de acordo com o endereço de residência do usuário.
"Nosso trabalho busca dar aos usuários e, seus familiares, um acolhimento e atendimento humanizado que permita uma vida plena, melhorando a sua qualidade de vida e das relações sociais e, em consequência, a melhoria da qualidade do tratamento e de cuidados especiais”, frisou Darci Bezerra.
Números
Em 2015 o CAPS II (antigo Verdão) realizou 9.191 atendimentos. Desse total, 1.271 foram atendimentos médicos e outros 6.920 serviços realizados pela equipe multidisciplinar, como grupos de apoio, oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, atividades de orientação e inclusão das famílias e atividades comunitárias.
No CAPS IV foram 5.110 atendimentos sendo 996 médicos e 4.114 atendimentos realizados pela equipe multidisciplinar enquanto que no CAPS AD Infanto-juvenil foram 1.713 atendimentos sendo 341 médicos e 1.372 realizados pelos demais profissionais da equipe multidisciplinar.