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10 de Fevereiro de 2011 13h45

Projeto CRRA pode gerar energia verde na Lagoa Encantada

Neila Barreto/Sanecap

“Cada residência deve gerar a sua própria energia elétrica. O grande objetivo é desenvolver um sistema que vai gerenciar a co-geração da energia no próprio local de utilização. Essa é a minha pesquisa, o Sistema de Controle da Energia Solar Distribuída – o Smartgrid (rede inteligente)”, disse Rodrigo dos Santos Junges, engenheiro eletricista e mestrando da Universidade Nacional de Brasília (UNB), ao visitar ontem (09/02) o Centro de Referência do Reuso da Água da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Lagoa Encantada, da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), durante oficina de reuso da água.  

“Na ETE – Lagoa Encantada – prosseguiu o engenheiro - posso contribuir com o projeto CRRA e com outras pesquisas, como da energia verde, da autossustentabilidade e, também trabalhar no dispositivo da máquina de lavar roupa utilizada no curso de reuso da água, para separar a água do segundo enxágüe.”

A energia verde é uma ciência multidisciplinar e envolve várias disciplinas, incluindo automação, eletrônica, que viabilizam e tornam mais baratas essas automações em relação ao custo de energia elétrica. A própria comunidade pode estar envolvida no controle de energia.

Segundo Rodrigo Junges, a engenharia tem todos os recursos possíveis para gerar energia limpa, inclusive utilizando a multidisciplinaridade para se criar soluções práticas e baratas para a comunidade, cuja tecnologia vem ao encontro dos projetos do CRRA e da comunidade envolvida nos processos de aprendizagem. “Ferramenta temos muitas, falta apenas a criatividade dos profissionais para criar soluções limpas”, concluiu Junges.

No continente europeu, Portugal inaugurou o Parque de Ondas de Aguçadouro, em Povoa de Varzim. É a primeira estação de força maremotriz – que usa a energia das ondas do mar – para consumo comercial do mundo, num investimento de US$ 12,5 milhões. Nos Estados Unidos, as cidades de São Francisco, Oakland e San Jose, na Califórnia, anunciaram investimentos de US$ 1 bilhão para que os carros elétricos sejam maioria na frota até 2012. Em Tel-Aviv, capital de Israel, centenas de veículos movidos a eletricidade desde já circulam desde 2009. Para funcionar, postos de recarga elétrica estão sendo construídos – neles, o dono do carro recarrega o veículo por um sistema simples de fio e tomada.

Em maior ou menor grau, todos os países estão desenvolvendo projetos com alternativas limpas – as energias renováveis e os biocombustíveis. A média mundial de uso de energia renovável é de 13%. No Brasil, essa porcentagem chega a 46% – o que faz do País um exemplo para o planeta. O Brasil construiu uma das economias mais verdes do mundo, criando milhões de empregos neste processo. Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, por exemplo, é referência mundial quando se trata de conscientização ambiental. Cerca de mil prédios, entre residências, hotéis e hospitais, utilizam a energia solar para aquecer a água. Leis na cidade de São Paulo e no Estado do Rio de Janeiro também determinam que as construtoras criem mecanismos para aproveitar a luz solar e usem materiais sustentáveis nas novas edificações.

CRRA - Realizado pela Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), Instituto de Desenvolvimento de Programas (IDEP) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental.

Informações: Rodrigo Santos Junges é engenheiro eletricista. Professor do Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT. Aluno de Mestrado em Energia Solar da UNB - DF e colaborador do projeto do CRRA. Rodrigo.junges@cba.ifmt.edu.br