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Saúde / Hipertensão

25 de Abril de 2016 14h23

Programa Hiperdia realiza ações de capacitação profissional e orientação a população são prioridades

MARIA BARBANT

Divulgação

Arquivo

O dia 26 de abril é  dedicado nacionalmente ao  combate a hipertensão arterial. Nesta data, uma serie de ações realizadas em todo o Brasil buscam conscientizar as pessoas sobre os cuidados básicos para prevenção da hipertensão arterial, um mal que atinge aproximadamente 25% da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde.

Em Cuiabá, a data está sendo lembrada com a realização da "Semana de atualização em Hipertensão, Diabees Mellitus e Obesidade - Prevenção e Cuidados no Tratamento". O evento, voltado para os profissionais da Saúde, das Redes Básica e Secundária, foi aberto nesta segunda-feira (25) pelo secretário de Saúde, Ary Soares de Souza Junior, o secretário adjunto de Assistência, Daoud Mohd Khamis Jaber Abdallah, o diretor de Atenção Básica, Ronald dos Anjos, coordenadores e técnicos. 

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem um dos maiores problemas globais da Saúde. Elas geram um  elevado número de mortes prematuras, perda de qualidade de vida, com alto grau de limitação e incapacidade, além de serem responsáveis por importantes impactos econômicos para famílias e para a sociedade.

No Brasil as DCNT são responsáveis por 72% das mortes, com destaque para os quatro grupos considerados mais importantes pela Organização Mundial da Saúde (OMS): as doenças cardiovasculares (hipertensão arterial podendo estar associada ao fator de risco da Obesidade); câncer; doenças respiratórias crônicas e diabetes.

De acordo com pesquisadores nos últimos anos houve  um aumento do número de mortes por doenças crônicas degenerativas não transmissíveis (DCNT) e, ao mesmo tempo, um aumento no índice de obesidade e sedentarismo entre adultos,  decorrente do processo de modernização e industrialização da sociedade.  

Esse quadro se agrava por maus hábitos de vida como o consumo excessivo de calorias diárias, inatividade física, estresse, entre outros, favorecendo o desenvolvimento das doenças crônicas degenerativas principalmente hipertensão arterial, doenças metabólicas como diabetes mellitus tipo 2 e outras .

Para o diretor da Atenção Básica da Secretaria de Saúde de Cuiabá, Ronald dos Anjos, o aumento acentuado da mortalidade causada por DCNT é preocupante. “Precisamos buscar estratégias para diminuir esses números. Isso envolve desde a capacitação dos profissionais até as ações preventivas, incluindo aí a educação em saúde”, destacou.

Hábitos  mais saudáveis como uma alimentação adequada associada a atividade física e o acompanhamento e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis, dentro de programas como o Hiperdia por exemplo, são fundamentais para a promoção da saúde e qualidade de vida da população explicou Ronald dos Anjos.

O programa foi implantado para realizar o  cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde – SUS. O Hiperdia permite a geração de informações para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados entre outras funcionalidades e  aos gestores públicos, em razão das informaçoes que coleta e armazena,  possam adotar estratégias de integração das ações.

Números

No Brasil, alguns dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2011, mostraram que em relação a diabetes, a prevalência   (de diabetes autorreferida) na população acima de 18 anos vem aumentando. Nos últimos anos esse índice subiu de  5,3% para 5,6%, entre 2006 e 2011. De acordo com estimativas, o Brasil deve passar da 8ª posição, com prevalência de 4,6%, em 2000, para a 6ª posição, 11,3%, em 2030.

Ainda segundo dados da Vigitel (2014), 17,6% da população brasileira do sexo masculino e 18,2% do sexo feminino, são obesos.

Segundo a OMS (2003), além dos fatores de risco relacionados aos hábitos alimentares e estilo de vida da população, esses números estão associados também a um incremento na  carga de diabetes globalmente.

Além disso, o Diabetes Mellitus e a Hipertensão arterial sistêmica (HAS) são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS) e representam mais da metade do diagnóstico primário em pessoas com insuficiência renal crônica submetidas à diálise, de acordo com o Ministério da Saúde (MS).

Uma outra  pesquisa feita  pelo MS nas regiões (2012), em relação a hipertensão, mostra que a Região Sudeste apresentava uma prevalência de 25,8% de casos enquanto a Região Centro Oeste, 24,1% e Cuiabá, 25,2%.

Com uma população residente na época de aproximadamente 403.mil habitantes, a capital mato grossense segundo a Vigitel e o TCU, apresentava 12.343 casos de hipertensos e diabéticos, sendo 613 casos de diabéticos tipo 1 e 2.108 casos de diabéticos tipo 2.

Diante desse cenário, a técnica responsável pelo programa Hiperdia em Cuiabá, destaca a importância do Dia Nacional de Combate a Hipertensão Arterial . “No dia a dia, junto aos usuários do SUS, buscamos  conscientizar nossos pacientes e a população em geral, a fim de prevenir a hipertensão arterial além de acompanhar e tratar desse pacientes". Nas unidades básicas de Saúde, são organizadas  atividades pelas equipes de saúde dos PSF’s e Centros de Saúde, que acontecem até o  30 deste mês. “Nosso objetivo é alertar a população para a importância da prevenção, controle,  cuidados e constância dos tratamentos”, destacou ela.