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A Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica, Doenças e Agravos (Covida),  da Vigilância em Saúde,  e o Centro de Informação Antiveneno (CIAVE), do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá promovem  esta semana uma atualização para os profissionais da Saúde, em relação aos protocolos de aplicação do soro antiveneno, em caso de acidentes com cobras e animais peçonhentos.

A coordenadora da Covida, Carla Reis Macedo, explicou que em razão dos problemas de abastecimento do imunobiológico, enfrentados pelo Ministério da Saúde é fundamental que  os profissionais sigam  a risca o protocolo de atendimento. O Ministério da Saúde é o responsável por distribuir o soro aos Estados, que por sua vez repassam o medicamento aos municípios.

Para que não haja desperdícios na aplicação do soro,  a estratégia adotada por Cuiabá, foi promover a atualização dos profissionais.

“A atualização em relação aos protocolos faz parte das ações previstas do programa de Educação Permanente em Acidentes Ofídicos e,  é direcionada aos profissionais médicos e enfermeiros que atuam na sala vermelha do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá”, explicou.

Isso porque é nessa unidade hospitalar que são atendidas grande  parte das vitimas de acidentes com animais peçonhentos. O Centro de Informação Antiveneno (CIAVE), no Hospital e Pronto Socorro, é a unidade referência no atendimento aos pacientes picados por esses animais.

Carla Reis Macedo lembrou que os profissionais de saúde devem estar atentos em relação ao manejo correto nos casos de acidentes e o uso racional dos soros e em relação a fim de evitar  situações de risco”.

Em Cuiabá, assim como em outras cidades brasileiras, o estoque do soro antiofídico é critico. Segundo a coordenadora o desabastecimento atinge os soros antibotrópico (pentavalente), anticrotálico (SABC) e anti-laquético (SABL).

A atualização será feita em três etapas, nesta quarta-feira (13), das 19 às 21 horas; na quinta-feira (15), das 13 às 17 horas e na sexta-feira (15) das 8 às 11 horas, no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá.

Números

Segundo dados do Sistema de informação de Agravos de Notificações (Sinan-Net), relacionados a 2016, foram notificados aos órgãos no Estado um total de 205 acidentes envolvendo animais peçonhentos em Mato Grosso. Em janeiro foram notificados  23 acidentes com serpentes, aranha, escorpião, abelha e outros.  Em fevereiro foram notificados 42 acidentes; em março 43; em abril 38; em maio 34; em junho 24 e, neste mês, um acidente envolvendo picada de cobra.

A coordenadora da Covida alerta as pessoas para os cuidados a serem tomados, em especial os agricultores como a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI). Não se colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, em montes de lenha ou entre pedras.

Também devem ser adotadas medidas preventivas em atividades de limpeza, deslocamento de móveis e outros objetos, pois serpentes, escorpiões e aranhas podem estar nas frestas, superfícies ou cantos. Calçados e roupas pessoais, de cama e banho, devem ser cuidadosamente examinadas antes de serem usadas.

Nos sítios e chácaras deve ser mantida  uma área limpa,  em volta da casa e , quando for necessário ir ao pomar, ficar atento aos hábitos dos animais peçonhentos.

Os animais peçonhentos injetam veneno pelo ferrão, dente, aguilhão e cerda urticante. Ao encontrar algum animal peçonhento, as pessoas devem se afastar com cuidado, evitando assustar ou tocar nesses animais, mesmo que eles pareçam mortos.

Se houver um acidente, a vitima deve ser mantida calma, evitando movimentos desnecessários, e com o membro picado elevado em relação ao restante do corpo e, ser  levada ao serviço de saúde do SUS com urgência. Se possível, e caso não apresente risco de um novo acidente, o animal agressor deve ser levado com a vítima.

A identificação do animal responsável pelo acidente facilita o diagnóstico e tratamento.