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30 de Dezembro de 2010 17h29

Professor da rede municipal é finalista em concurso sobre educação e igualdade racial

Giovania Teixeira Duarte - Assessoria SME


O trabalho sobre relações raciais e combate ao preconceito desenvolvido pelo professor de história Edmilson Marques de Moraes, 35 anos, com alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, na escola municipal rural Hilda Caetano, na Vila Sucuri, a 17 km de Cuiabá, rendeu ao idealizador do projeto a colocação entre os finalistas do “5º Prêmio Educar para a Igualdade Racial”. 

O evento é uma iniciativa do Centro Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) com o objetivo de promover e premiar ações educativas existentes em todo país no combate ao racismo, preconceito e discriminações. 

Concorrente na categoria “Professor – Ensino Fundamental Anos Finais” o docente diz que nunca se inscreveu em nenhum concurso do gênero e que está surpreso com a colocação, que foi a terceira melhor entre os inscritos no grupo. “O prêmio maior é chegar onde chegamos. É ver uma escola do campo reconhecida pelo seu trabalho. Fui o único de Mato Grosso que se inscreveu e conseguiu passar por todas as etapas”, comemora. 

Para participar da cerimônia de divulgação do resultado do prêmio e de uma formação na temática em que atua, o professor esteve de 13 a 15 de dezembro em São Paulo. O evento contou com a presença dos professores finalistas, alunos, representantes das escolas participantes e de instituições ligadas à luta contra o racismo e também na promoção da diversidade. 

Denominado ‘Trabalhando as Diferenças, Superando o Preconceito’ o trabalho do professor Edmilson começou em 2007 e hoje já mostra resultados na mudança de atitudes e amadurecimento dos alunos. 

Segundo o docente, o projeto abarca diversas atividades, como leitura e produção de textos que abordam as relações raciais, além de palestras, vídeos e aulas diferenciadas, que mostram as especificidades da cultura africana. 

A experiência vivenciada no concurso que participou e o resultado obtido foram socializados com os alunos, pais, professores e funcionários da escola Hilda Caetano no encerramento do ano letivo de 2010, marcado por diversas atividades artísticas, culturais e educativas. “Me emocionei muito ao ver as experiências educativas realizadas no ambiente escolar que acontecem em todo o Brasil sobre essa temática. Também foi emocionante ver o brilho nos olhos da nossa comunidade escolar quando falei do sucesso do projeto desenvolvido na unidade. Pais e alunos agradeceram e atribuíram isso às sementes que estamos plantando, que é mudança de visão em relação ao preconceito e ao racismo, além entendimento de que diversidade está presente na escola e em toda a sociedade e que ela deve ser respeitada”. 

Para o próximo ano, Edmilson espera um engajamento maior dos docentes e funcionários da unidade de ensino, com a ampliação do projeto para a Educação Infantil e todo o Ensino Fundamental e, também,  implementação, de fato, desse trabalho em toda a rede de ensino da capital. “Sabemos que o município promove formações sobre a essa temática e que há outras escolas que desenvolvem trabalhos interessantes na área, mas penso que isso deve ser uma política de governo, pois as leis que tratam do ensino da cultura e história afro não estão estanques à Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Elas são integrantes dela”, analisa. 

A participação no “Prêmio Educar para a Igualdade Racial” rendeu ao professor a percepção algumas indagações e certezas. “O preconceito vai acabar? Não sabemos! Mas é Possível combatê-los por meio de ações”, defende.