Governo / DENÚNCIA
07 de Outubro de 2023 06h00
Prefeito de Cuiabá busca audiência com autoridades federais para apresentar relatório sobre o rombo na saúde pública causada pelo gabinete de intervenção
Durante entrevista concedida nesta sexta-feira (06), para uma rádio da capital, o prefeito Emanuel Pinheiro revelou que pediu ao deputado federal Emanuelzinho uma audiência com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, com a Procuradoria Geral da União e com o Tribunal de Contas da União (TCU) após o feriado da próxima semana. O objetivo da audiência é apresentar um relatório completo sobre o caos que se instalou na saúde pública da capital mato-grossense durante a gestão do gabinete de intervenção do Estado.
O prefeito expressou profunda preocupação com a atual situação da saúde em Cuiabá e fez um apelo para que a população esteja ciente do que está acontecendo. Ele descreveu a situação como uma "catástrofe" que, infelizmente, parece passar despercebida por muitos.
Um dos pontos críticos mencionados pelo prefeito é a questão dos indenizatórios, que virou alvo de CPI na Câmara de Vereadores após sua denúncia em vários órgãos. “Denunciei essa situação na Assembleia, e a denúncia foi acolhida. O Ministério Público está investigando um desvio de R$ 190 milhões em seis meses de mandato, incluindo os seis meses de intervenção. É importante destacar que, durante esses seis meses de intervenção, os gastos com saúde foram os mesmos que no meu mandato anterior. Isso sugere que o problema não estava na gestão, mas na falta de financiamento e recursos. Além disso, receberam um adicional de R$ 70 milhões do estado, enquanto eu nunca recebi um centavo do estado durante o meu mandato”, protestou.
Outra questão destacada por ele é o fechamento de hospitais regionais essenciais, como Alta Floresta, Colíder e Metropolitano, que tiveram serviços suspensos, prejudicando a assistência médica em toda a região. Além disso, ele mencionou a preocupante situação dos médicos do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que enfrentam atrasos de salário de três a quatro meses.
“Agora, a pergunta que fica é: eles querem me devolver essa situação de caos? Parece que estão planejando uma bomba de efeito retardado que explodirá em março ou abril, possivelmente para tentar prejudicar minha posição política ou um candidato de minha escolha. Isso é inaceitável, pois não estão considerando a responsabilidade com a população que depende do SUS. Hoje, não podemos afirmar que existe saúde pública em Mato Grosso. A população de Cuiabá precisa acordar para essa realidade. É fundamental pesquisar e examinar o que está acontecendo não apenas na capital, mas também no interior do estado”, enfatizou.