Educação / SEMINÁRIO EDUCAÇÃO BÁSICA
31 de Julho de 2019 08h00
Palestra expõe transições na educação infantil das escolas de Cuiabá
Dentro da programação do III Seminário da Educação Básica como Direito da Rede Municipal de Cuiabá: Integrando Saberes, uma palestra ministrada pela doutora em Educação Barbara Cortella, chamou a atenção dos professores, na tarde desta segunda-feira (29). Especialistas, mestres e doutores que participam encontro se inteiraram mais sobre as pesquisas na área da alfabetização.
Com o tema as “Transições da Educação Infantil para o Ensino Fundamental e o Processo de Alfabetização”, a pesquisadora Barbara Cortella trouxe como exemplo, as aulas do dia a dia em escolas públicas onde os alunos são orientados de forma a perceber as transições na alfabetização, que ocorrem dentro da sala de aula, a partir da realidade vivida na pré-escola, nas idades de quatro e cinco anos, aliadas a novas tecnologias.
Para a Barbara Cortella, no processo de olhar a infância, entendendo a criança pequena, é preciso ter em mente que essa é a mesma criança que vai para o ensino fundamental, e que ela não deixa de ser criança, e tem o direito a brincadeiras, à ludicidade, e isso, deve interessar profundamente a todos os profissionais da educação. “São quatro princípios a serem observados nessa transição da criança da educação infantil para o ciclo de alfabetização, como direito a infância, a linguagem e a cultura”, destacou a pesquisadora, graduada e doutora pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em Marilia São Paulo, Barbara Cortella.
Segundo ela, o processo de alfabetização, é a mais importante fase de um estudante, até as séries sequentes, do 5º ao 9º Ano. Nessa fase os pontos iniciais são a formação de crianças leitoras e produtoras de texto, a partir de uma linguagem cultural, e da relação da cultura com a vida das crianças. Outra questão nessa relação é a prática cultural. O professor tem que ter uma boa formação para que haja uma produção cultural e não somente a reprodução da cultura na relação com os alunos. E o terceiro ponto, é o curricular, o que elas devem trabalhar com as crianças pequenas, tendo como prática a linguagem, a partir do eixo brincadeira e interação, o que é pouco claro nos anos iniciais do ensino fundamental. “O quarto e último ponto da nossa formação são os espaços e tempos como mediadores das atividades de trabalho, viabilizando a formação do leitor, da criança leitora e produtora de textos”, disse a especialista em Educação.
Segundo Barbara Cortella a principal função desse ponto é propor uma revisão da função dos espaços pedagógicos, onde se aprende a ler e escrever não apenas na sala de aula, mas fora dela e nos espaços culturais como parques, museus, teatros, bibliotecas entre outros. “Então a criança aprende a ler e escrever a partir da função social da leitura e da escrita”, enfatizou a pesquisadora.
Sobre as novas tecnologias inseridas na Educação há pelo menos 20 anos, a pesquisadora lembra que hoje é impossível trabalhar sem a tecnologia como aliada, então devem ser criadas estratégias e espaços de forma a permitir essas novidades na Educação para receber as crianças que já nascem na era digital. “Hoje uma criança de dois anos já sabe manusear um tablete, usar celular e a linguagem digital. Isso não pode ser inimigo do trabalho docente, seja na educação infantil ou no ciclo normal de formação”, finalizou a palestrante, que falou por duas horas para uma plateia de aproximadamente 600 pessoas.