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Uma das metas da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) para 2011, que faz parte do planejamento estratégico da empresa, é a padronização de ramais e cavaletes, visando o combate às perdas de água. Para tanto, a Sanecap está iniciando o trabalho de levantamento das ligações cadastradas em 17 bairros da região Sul de Cuiabá, onde foi detectado o maior percentual de perda. A padronização faz parte do projeto “Água na Medida Certa”.

Os trabalhos estão sendo coordenados pela Diretoria Comercial, por meio da Divisão de Recuperação de Perdas (DVRP). “Estamos reformulando as metodologias aplicadas no controle físico e gerencial do sistema de abastecimento de água de Cuiabá, tendo como meta melhorar os serviços prestados à população e promover também os ajustes técnicos e gerenciais, buscando assim o equilíbrio financeiro da Sanecap”, observa o gerente da DVRP, engenheiro Joaquim Andrade de Oliveira.

Ele afirmou que somente nesses 17 bairros, onde os trabalhos foram iniciados, a perda é de 79,80% do total de 60% que acontece em toda a cidade. Esta perda, segundo Oliveira, acontece, principalmente, porque não há controle do consumo de água. “Na maioria dessas residências o valor da conta de água é cobrado por estimativa e não pelo que foi medido, ou seja, não é pelo que realmente foi consumido, o que resulta no excesso de vazamentos nos ramais e cavaletes, combinado com o desperdício por grande parte dos usuários”.

A maioria dos vazamentos, segundo o engenheiro, ocorre devido a vários fatores, como excesso de gambiarras; materiais inadequados nos ramais de ligação; falta de registros e bóias nas caixas d’água; descontrole por parte do usuário; e desperdício pela cultura e menosprezo pelo valor inestimável da água.

Joaquim Andrade avalia que, devido a esses fatores, o problema de água em Cuiabá não será resolvido com o aumento do número de estações de tratamento na cidade, e introduzindo mais volume de água produzida, mas sim combatendo às perdas físicas de água, no ponto onde ela mais ocorre, ou seja, nos ramais e cavaletes. “Somente dessa forma vamos obter o equilíbrio hidráulico nas redes, reduzindo os elevados custos operacionais que a Sanecap tem apresentado, além de facilitar o trabalho dos setores comercial e operacional (principalmente para a área de manutenção)”, ressalta o gerente.

A expectativa da Sanecap, com a realização do projeto de padronização, somente nestes 17 bairros, é de recuperar o volume de água perdido de 425 mil metros cúbicos por mês, o equivalente a uma ETA de 160 litros/segundo. Espera-se também uma economia de no mínimo R$ 90,1 mil por mês em gasto com energia elétrica nesta região. Com isso será possível ter um acréscimo de faturamento em torno de R$ 190 mil por mensais.

Inicialmente a padronização será realizada nos bairros São Sebastião, Pascoal Ramos, Nova Esperança I, II e III, Industriário I e II, Pedra 90, Manduri, Novo Milênio, Osmar Cabral, São João Del Rey, Jardim Fortaleza, Jardim Santa Laura, Residencial Sonho Meu, Loteamento São Paulo e Império do sol, num total de 15.748 ligações cadastradas e de uma população estimada em 56.200 habitantes.