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23 de Julho de 2010 17h06

Ministro elogia Estatuto da Igualdade Racial em conversa com Chico Galindo

João Carlos Queiroz-Secom/Cuiabá

Acompanhado de assessores, o ministro Eloi Ferreira de Araújo, secretário Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, reuniu-se hoje (23-07) no Palácio Alencastro, com o prefeito Chico Galindo. A visita estabeleceu maior aproximação entre os órgãos institucionais, de modo a permitir ações que contemplem a luta contra a discriminação racial no País, 'ainda hoje uma triste realidade', segundo ele. Os secretários municipais Elismar Bezerra, doTrabalho e Desenvolvimento Econômico e Néviton Moraes, de Esportes e Cidadania também participaram das discussões, voltadas para o estabelecimento prático de políticas de igualdade racial.

O prefeito ressaltou que, desde 2005, Cuiabá se inseriu no panorama nacional e internacional como uma das cidades que respeitam e apóiam movimentos semelhantes. "O ex-prefeito Wilson Santos recebeu, por conta disso, prêmios por sua dedicação à tarefa de combater o racismo e garantir a estudantes carentes da Capital o acesso ao curso superior. O projeto Bolsa Universitária, instituído por ele em 2009, é uma das muitas iniciativas do Executivo cuiabano, que já foi copiada por outros municípios brasileiros", enfatizou Galindo.

Além disso, Chico Galindo também acentuou que ações similares são importantes para a consolidação de avanços na área social. "São necessárias essas diretrizes, que por tratarem de facilitar o ingresso de estudantes negros na universidade, têm muito valor. Em Cuiabá nós nos esforçamos para viabilizar cada vez mais esse caminho. No caso do Bolsa Universitária, sou apaixonado pelo programa por saber dos excelentes benefícios que tem trazido aos descendentes da raça negra, que é composta por pessoas mais carentes da nossa população”.

O ministro destacou a importância do Estatuto da Igualdade Racial, sancionado há poucos dias pelo presidente Lula. "Desde a Lei Áurea não havia nenhum dispositivo oficial de apoio aos negros. Posso dizer seguramente que quando temos orientação em nível administrativo para organizar ações, as coisas acontecem. É neste patamar que se estabelece uma estrutura jurídica e política. São conquistas da população, pautadas num objetivo de desenvolvimento e integração social, sem discriminação de qualquer espécie”.

Como prova de que o racismo é realidade no Brasil, "apesar de pouco reconhecido, e geralmente negado", o ministro Eloi Ferreira mencionou o número de repórteres negros encarregados da cobertura da Copa do Mundo 2010. "Brasileiros, vi só uns quatro, no máximo; vocês por acaso já viram publicidade de creme dental, cujo ator principal é negro? Ou de negras apresentando absorventes? Parece que não usam essas coisas, é a impressão. Em resumo: imprimem uma situação que parece 'natural', mas não é".