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12 de Março de 2012 10h10

Língua Portuguesa é tema de encontro de instrutores e intérpretes de Libras

Giovania Teixeira Duarte - Assessoria-SME - (65) 3


Instrutores e intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) da rede municipal de ensino participaram no último sábado (10-03) do curso de formação para o ensino da Língua Portuguesa para alunos com surdez.

Esse é o segundo encontro, de um total de cinco, promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá (SME), voltado aos profissionais que auxiliam na comunicação entre professores e alunos com deficiência auditiva. Outra atividade desses educadores é o ensino de Libras aos educandos que ainda não dominam esse código.

Na primeira etapa do curso, tradutores e instrutores receberam orientações sobre o trabalho realizado no Atendimento Educacional Especializado (AEE).

Segundo a líder da Educação Especial da SME, Rejane Léa Magalhães, durante todo ano estão previstas formações para alunos com os diversos tipos de deficiência, como a visual, intelectual e múltipla, além de tecnologia assistiva e experiência exitosas da prática pedagógica dos professores do AEE.

Palestrante do segundo encontro, mestre e doutorando em Libras, o professor da UFMT, Anderson Simão Duarte, informou que o idioma apenas foi reconhecido como língua materna dos surdos em 2002 e que a Língua Portuguesa é artificial para o deficiente auditivo. “É como se fosse uma língua estrangeira para quem tem o português como primeira língua”.

O processo de aprendizagem da Libras, de acordo o professor, se dá por meio de imagens. “A Língua de Sinais não é mais ou menos estruturada do que qualquer outra língua, pois segue regras gramaticais, possui sintaxe e semântica. Como a pessoa com surdez não possui o receptáculo do som, que é a audição, seu aprendizado é por meios dos sinais, das imagens, dos gestos”, disse.

Na avaliação do professor, o sucesso escolar do aluno surdo depende do investimento dos gestores públicos e do comprometimento profissional dos que trabalham com eles. “É preciso reconhecer e conhecer o direito da criança com surdez. Para isso, precisamos de orientações, esclarecimentos, para que tenhamos qualidade no atendimento oferecido a eles. Não podemos tirar desses alunos a oportunidade de ler e escrever”.

Nos próximos encontros os educadores discutirão a aquisição da Libras pelo aluno, que é mediada por um instrutor nas salas de recursos multifuncionais e, posteriormente,  o ensino da Língua Portuguesa por meio da Libras.

A pedagoga Simone Márcia Pardinho atua como intérprete na escola municipal Irmã Maria Betty, no bairro Novo Mato Grosso, e ponderou que cursos de qualificação enriquecem o trabalho em sala de aula. “O contato com pessoas experientes nos ajudam a acertar a maneira como desenvolvemos as atividades educativas com nossos alunos”.

Ela também chama a atenção para o trabalho conjunto, que deve envolver os professores da sala multifuncional e o do ensino regular, além e a família. “Será um corpo para o desenvolvimento e aprendizado dessas crianças. A participação dos pais nos ajuda muito na superação das dificuldades. Daqui a alguns anos, estaremos sentados e entendendo o que um palestrando surdo estará dizendo”.