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O tema “Educação Ambiental e consumo” atraiu a atenção de 60 estudantes do primeiro ano do ensino médio do Colégio da Polícia Militar Tiradentes que participaram da palestra na Estação de Tratamento de Esgoto ETE CPA III – Lagoa Encantada.

A iniciativa faz parte da programação da agenda continuada do projeto do Centro de Referência de Reuso da Água (CRRA), cujo foco são ações socioambientais em benefício das comunidades do entorno da Lagoa Encantada.

Os alunos assistiram a uma aula de educação ambiental, com linguagem acessível e didática. A bióloga e professora do Centro Universitário (Univag), Ivone Favaretto, destacou os impactos da poluição da água e as implicações para a saúde pública. “Água contaminada pode causar várias doenças. Por isso, devemos cuidar para evitar a poluição nos mananciais e fontes de água doce”, orientou a professora. Entre as doenças mais comuns estão amebíase, febre tifóide e paratifóide, verminoses, gastroenterites, hepatites infecciosas, esquistossomose e até cólera.

A palestrante apresentou ainda dados sobre as diferenças nos gastos com água no Brasil e na África. “O consumo médio nos grandes centros urbanos brasileiros oscila entre 250 a 400 litros de água por dia. Enquanto isso, em países como a Namíbia, o gasto médio diário por pessoa é de 1 litro diariamente”, explicou. A Organização das Nações Unidas (ONU) fixou em 110 litros/dia o consumo máximo.

Cerca de 70% da superfície da Terra é coberta pelas águas. Deste total, 97,5% é constituída de água salgada e apenas 2,5% em água doce. Alternativas são estudadas, como a dessalinização e a construção de poços artesianos, porém, segundo a docente, ambas ainda têm um alto custo.

“Temos ainda um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo, o aqüífero Guarani, que une geograficamente Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Mas, a gestão das águas subterrâneas depende ainda de estudos e investimentos”, alertou a palestrante.

A professora de Geografia do Colégio Tiradentes, Denise da Silva Nunes, disse que a partir dessas informações, os estudantes organizarão seminários e elaborarão sínteses sobre a temática. “Com essa metodologia, acreditamos que os alunos irão fixar melhor os conhecimentos relacionados à conscientização ambiental”.

Karoliny Vitória da Silva Nunes, aluna do 1° ano, turma A, ressalta que as explicações sobre os conceitos e trabalhos desenvolvidos nas Estações de Tratamento de Água (ETAS) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETES) chamaram a atenção. “Evitar a poluição é bom para evitar doenças e reutilizar a água pode até diminuir o gasto com o tratamento do líquido e esgotamento”.

Já Ana Karolina Freitas, do 1° ano, Turma B, considera “a incidência de doenças via água contaminada preocupante e acredita que o melhor ‘remédio’ é a prevenção”. A adolescente revela surpresa com os números da média de consumo de água por pessoa no país. “Muitos vivem com pouca água. Podemos fazer esforço para diminuir o nosso gasto diário e reaproveitar ao máximo a água”, finaliza.Os adolescentes encerram a visita com um tour em alguns trechos dos 36 hectares da ETE – Lagoa Encantada

O CRRA é um projeto realizado pelo Instituto de Desenvolvimento de Programas (IDEP),  Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap),  patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental.