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03 de Setembro de 2013 11h30

Educadores de Cuiabá recebem capacitação pelo programa Amigos do Zippy

Rosane Brandão

Cerca de 200 educadores da rede municipal de ensino de Cuiabá assistiram no último sábado (31) a palestra “Falando de morte com a criança”, proferida pela psicóloga doutora Elaine dos Reis Alves, do Laboratório de Estudos sobre a Morte (LEM), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

A palestra é parte da atividade de formação continuada dos professores que trabalham com o programa de Educação para Saúde Emocional “Amigos do Zippy”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com a Associação pela Saúde Emocional de Crianças (ASEC).

O Programa Amigos do Zippy beneficia em Cuiabá 35 escolas do ensino fundamental, atendendo 3.368 alunos do 2° ano, com idade de 6 e 7 anos. Ao menos 124 educadores, entre professores e tutores, participam do projeto.

Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de especialistas internacionais, o Programa Amigos do Zippy é aplicado pelos próprios professores em sala de aula. “É um programa comprovadamente eficaz que ajuda as crianças a desenvolverem habilidades emocionais e sociais que funcionam como fatores de proteção para promover sua saúde mental”, explica a presidente da ASEC, Tania Paris.

A palestrante Elaine dos Reis Alves falou sobre o processo de luto, como auxiliar crianças e adultos que sofreram perdas e como fazê-las compreender essa perda. “Não trabalhamos com a morte, mas sim com o sofrimento humano”, explica a psicóloga.

Segundo ela, muitas pessoas acreditam que ficar triste e de luto não é normal, mas esse processo é importante para a pessoa entender que a morte faz parte da vida. “Faz parte do desenvolvimento humano, ou seja, é a última fase da vida”, observa Elaine dos Reis.

Ainda de acordo com a psicóloga, o adulto tem também muita dificuldade em falar de morte com a criança, por acreditar que ela não vai entender. No entanto, a criança tem recurso muito maior do que um adulto para enfrentar a dor da perda.  “O nunca mais tem que fazer parte da vida de todos nós. A pessoa precisa enfrentar a dor da perda, pois é essa dor que vai fortalecê-la”.

 A palestrante também falou sobre o “luto roubado”. “Ninguém tem o direito de tirar o luto de outra pessoa, escondendo a morte de um ente querido por achar que vai diminuir a dor dela. A dor será maior quando ela descobrir que não pôde velar a morte desse ente”, destacou a psicóloga, acrescentando que a pessoa que está em luto não precisa de terapia e nem de remédios, mas sim ter o direito de sofrer.

O secretário municipal de Educação, Gilberto Figueiredo, e a secretária-adjunta de educação, Marioneide Angélica Kliemaschewsk, prestigiaram a palestra.