Notícias

/

25 de Março de 2011 10h00

Diretor Técnico da Sanecap fala sobre o dia Mundial da Água

Neila Barreto/Sanecap

 “A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o “Dia Mundial da Água” em 22 de março de 1991. O que poucos sabem é que a água é um bem insubstituível e essencial para o planeta. Em função disso, todo o mundo realiza reflexões, análises e elaboração de medidas práticas para que esse recurso natural, de vital importância para a existência da própria vida na Terra, não falte, afinal a água é um recurso que propicia saúde, conforto e riqueza ao homem, por meio de seus incontáveis usos, dos quais se destacam o abastecimento das populações, a irrigação, a produção de energia, o lazer, a navegação”, destacou o engenheiro Jacírio Maia Roque, diretor técnico da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), no último dia (22/03), na Lagoa Encantada, no bairro CPA III, na capital.

Na oportunidade, Maia Roque esclareceu que há necessidade de uma preocupação maior com os quatro vetores (água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana). “Esgoto e resíduos sólidos contaminam a água, e a drenagem urbana lançada de forma irregular prejudica os mananciais”, apontou Maia Roque.

“A Lei nº. 11.445, 05/01/2007 trata desse assunto. Essa Lei estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico, em relação ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente. O abastecimento de água potável é constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição”, mencionou ele.

“Quanto ao esgotamento sanitário é” constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. Já a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos é o conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas e, a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas é o conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas, explicitou Maia Roque.

“Por outro lado, a população mundial do ano passado (2010), passou a ter mais pessoas nas áreas urbanas do que nas áreas rurais, passando de 3,4 bilhões de pessoas no perímetro urbano, estimando assim um crescimento de 38% da população. Com isso, percebemos uma dificuldade para a administração pública resolver esses problemas, principalmente, nas periferias das cidades, em função da escassez de recursos financeiros, uma vez que temos que dotar esses locais de água, luz, escola, saúde, saneamento, etc)”, ponderou ele.

 “Em relação ao Centro de Referência do Reuso da Água (CRRA), peço permissão para acrescentar um “B”, porque ele é um exemplo de trabalho para o Brasil e, agradeço a professora doutora Eliana Rondon Lim” e toda a sua equipe de trabalho, pela sua existência. Aproveito para apresentar aqui as engenheiras Vânia Tarsila Borges e Ildisnéya Nolasco Dambros, responsáveis pelas áreas de esgotamento sanitário e resíduos sólidos, respectivamente”, concluiu Maia Roque.

Para o engenheiro Frederico Carlos Soares Campos, diretor financeiro da Sanecap, os recursos naturais como a água devem ser manipulados com racionalidade, precaução e parcimônia. “A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores, referindo-se às crianças presentes ao evento,assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras”, frisou ele.

De todos os países, o Brasil é um dos mais privilegiados, isso devido aos 11,6% de toda a água doce se encontrar no país. Aqui também se encontra o maior rio do mundo - o Amazonas - e o maior reservatório de água subterrânea do planeta - o Sistema Aqüífero Guarani. No entanto, essa água está mal distribuída: 70% das águas doces do Brasil estão na Amazônia, onde vivem apenas 7% da população. Essa distribuição irregular deixa apenas 3% de água para o Nordeste.