Cultura, Esporte e Lazer /
22 de Novembro de 2010 14h32
Dia da Consciência Negra foi celebrado no Museu do Rio
Luz, cor e magia tomaram conta do Dia da Consciência Negra “Zumbi dos Palmares” celebrado no recém reformado Museu do Rio Cuiabá, Hid Alfredo Scaff. O espaço cultural foi palco de dois dias de celebração comemorando resistência negra à escravidão. Totalmente revitalizado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá e a Secretaria da Cultura, o Museu do Rio recebeu, de cara nova, centenas de visitantes no último final de semana. Documentário, palestras, oficinas de danças, bonecas negras, penteado afro, capoeira, exposições, além de várias atrações musicais e culturais, foram as atrações conferidas pelos apreciadores e respeitadores da etnia negra.
O misticismo e a magia da cultura afro encantaram a todos os visitantes. A dança, a arte, religião, cotidiano, vida, raça dos povos africanos foram belamente expressados e interpretados pelos profissionais da Cia de dança e teatro afro, Ayoluwa. A religiosidade também foi destaque no Dia da Consciência Negra com a exposição “Orixás”, de André Balbino, que mostrou o verdadeiro lado da religião africana, geralmente criticada por aqueles que desconhecem suas origens e seu significado.
O artista plástico retratou com muita cor e beleza as divindades africanas relacionadas ao meio ambiente, e cultuadas pelos praticantes do Candomblé, religião trazida para o Brasil pelos negros escravizados. As telas continham os principais Orixás, venerados pelos religiosos. Cada divindade tem suas qualidades e poderes naturais. Os Orixás masculinos são: Oxalá, Exú, Ogum, Oxóssi, Xangô e Obaluaiyê ou Omulu. As femininas são Oyá ou Iansã, Oxum, Iemanjá e Nanã.
Quem passou por lá, pôde conferir ainda a exposição fotográfica “Negro Por Inteiro”, de Duflair Barradas, sobre o Quilombolas, remanescentes dos escravos que vivem na região de Chapada dos Guimarães. Duflair fez o registro utilizando o estilo documental de fotografia, a vida e o mundo dos últimos negros que vivem de forma tradicional, como seus bisavôs viviam. Ambas as exposições ficaram em destaque nos dois dias do evento.
No decorrer da programação do primeiro dia (19-11) os presentes puderam conferir o documentário sobre o Zumbi dos Palmares, que é hoje, para determinados segmentos da população brasileira, um símbolo de resistência. O ano de 1995, data de sua morte, foi adotada como o dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro. É também um dos nomes mais importantes da Capoeira. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros, que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e que simboliza a liberdade.
A programação do primeiro dia contou ainda com oficina de penteado afro, sob a responsabilidade da professora Cícera Pinheiro, que deu um toque de beleza africana aos cabelos de moças e rapazes que passaram pelo Museu. Apresentação de grupo de capoeira, jogos de búzios, oficina de amarração de tecidos, bonecas negras. As atrações musicais ficaram por conta da Bateria Swing Negro, Bateria Samba Negro, teatro Afro Swing da Cor e a banda Os Indomáveis.
Já, o segundo dia (20), contou com palestras com temas como “Mulheres Negras na Dopcencia Cuiabana”, por Carmem Cinira, e “Experiência sobre a Lei 10.639
O secretário Municipal da Cultura de Cuiabá, Sérgio Cintra, destacou que o evento foi dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade. “A data é para se lembrar a resistência do negro à escravidão. O dia 20 de novembro não é apenas um feriado nacional, trata-se de uma data que requer um momento de reflexão do nosso papel na construção da sociedade”, ressaltou Cintra.
Assessoria Secretaria Municipal da Cultura de Cuiabá
(65) 3617-1274 / 8415-0916