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Educação / FORMAÇÃO CONTINUADA

11 de Novembro de 2017 13h21

Cuidadoras de autistas da rede municipal de Educação participam de curso de formação

MARIA BARBANT

Jorge Pinho

Arquivo

Cerca de 200 cuidadoras de autistas participam neste sábado (11) e no próximo (18), no auditório Maestro China, da Secretaria Municipal de Saúde (SME) de um curso de formação. O objetivo do evento, promovida pela SME e a Associação de Amigos dos Autistas (AMA) é conscientizar os profissionais sobre o seu papel como agente de integração escolar.

Dentro da SME a iniciativa é coordenada pela secretária adjunta de Educação, Edilene Machado,  e visa transformar a escola num espaço inclusivo e humanizado.

Segundo a legislação, as pessoas com transtorno do espectro autista (TEA)  tem direito a um  acompanhante especializado sempre que tiver necessidade comprovada.

Esse acompanhante especializado, mediador (no caso das unidades estaduais) ou cuidador (nas escolas da rede municipal de Cuiabá), tem entre suas  funções apoiar a pessoa com  transtorno do espectro autista nas atividades de comunicação, interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais buscando sempre a integração escolar e a independência dessa criança ou adolescente.

Nesse aspecto, a formação dos profissionais é fundamental. O diretor geral de Gestão Educacional, Luiz Batista Jorge, que participou da abertura do curso representando o  secretário de Educação de Cuiabá, Rafael de Oliveira Cotrim Dias, destacou esse trabalho e disse que  os momentos de formação são extremamente importantes porque todos os seres humanos são diferentes.

“A Secretaria Municipal de Educação e o prefeito Emanuel Pinheiro, desde o inicio do ano, vem trabalhando em ações de inclusão e humanização junto a rede. Com a  AMA e os pais, a realização desse curso, é uma dessas ações e visa  justamente, oferecer aos alunos da rede municipal de ensino um trabalho de excelência”.

De acordo com o diretor de Gestão Educacional, este é um primeiro passo para que as escolas do município  possam  oferecer cada vez mais um trabalho de qualidade para a população. “E, quanto mais pudermos buscar o conhecimento científico e aliar isso a prática do dia a dia nas unidades educacionais,  estaremos com certeza fazendo melhor esse trabalho”, salientou Luiz Jorge.

A presidente da AMA, Kelly Viegas elogiou a iniciativa e lembrou o quanto é importante o trabalho da cuidadora no processo de inserção social das crianças e adolescentes com  transtorno do espectro autista. “Nossa maior dificuldade é a socialização. Nesse sentido, dentro do contexto escolar, o papel das cuidadoras é fundamental”, ressaltou.

Formação

O curso, com carga horária de 04:30 horas, se baseia no principio curricular pleno que norteia a rede, e no papel da articuladora (facilitadora) a partir do direcionamento do professor referencia e do professor da sala multifuncional.

Neste primeiro sábado, participaram cuidadoras das Regionais Norte e Oeste e no próximo sábado (18) será a vez das profissionais das Regionais Sul e Leste.

A primeira palestra foi da psiquiatra infantil Daniela Leite Carvalho,  que falou sobre os aspectos clínicos do TEA.

“Hoje com a capacitação dos profissionais temos conseguido diagnosticar os casos mais cedo e isso, junto com o  envolvimento da escola, dos pais e dos profissionais médicos é fundamental para o desenvolvimento das crianças, que com o tratamento e acompanhamento pode ter suas dificuldades amenizadas”, destacou.

Ela lembrou que apesar de estarem todas reunidas numa mesma denominação, o Transtorno de Espectro Autista, as crianças têm quadros diferentes entre si e níveis de gravidade diferenciados. “O tratamento é sempre individualizado, para cada criança e deve envolver uma equipe multidisciplinar, formada por fonoaudiólogos, psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais alem das escolas e cuidadoras daí a importância dessa formação”, salientou.

Autismo

O autismo é marcado por três características básicas, a inabilidade para interagir socialmente, dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos e um padrão de comportamento restritivo e repetitivo. 

O autismo ainda não tem cura, mas, se a criança receber acampamento adequado, envolvendo profissionais da educação e da saúde, seu desenvolvimento e qualidade de vida podem melhorar bastante.

Em Mato Grosso, a estimativa é de que 1% da população seja autista, aproximadamente 10 mil pessoas. Em Cuiabá, segundo a AMA, entidade com cerca de mil associados em todo o Estado, são cerca de 2 a 3 mil pessoas.

Durante a formação são abordados além do aspecto clinico do TEA; os fatores comportamentais com  palestra da psicóloga Alessandra Oliveira Siqueira e as questões pedagógicas com a psicóloga e pedagoga Ivone Ricci. Pais e representantes da AMA vão falaram sobre convivência.