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Comunicação / 300 ANOS

22 de Março de 2019 16h40

Construída para ser espaço multiuso, Arena Pantanal é impedida de receber grandes eventos

SECRETARIA DE INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO

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Idealizada para ser um espaço multiuso, além de receber jogos de futebol, a Arena Pantanal é impedida de sediar eventos de grande porte. Um dos exemplos foi a recente desautorização para a realização do Festival 300 anos no estádio, em comemoração ao tricentenário de Cuiabá. 

No dia 3 de outubro do ano passado, a Prefeitura de Cuiabá protocolou na Secretaria-adjunta de Esportes e Lazer do Governo do Estado, ofício solicitando a Arena Pantanal como palco das festividades dos 300 anos da Capital. No documento, foi informado que seriam três dias de comemoração, com shows nacionais, regionais e religiosos, além de apresentações lúdicas, com entrada simbólica para a população (1 kg de alimento não perecível) e sem custos para os cofres públicos municipais.

A realização do Festival 300 Anos na Arena Pantanal representaria a geração de aproximadamente 10 mil empregos diretos e indiretos, tendo em vista que a expectativa era de receber mais de 40 mil pessoas por dia. Com isso, mais de R$ 4 milhões seriam injetados na economia, além de aumento na ocupação dos hotéis e bares. Também deixam de ser arrecadados, 140 toneladas de alimentos não perecíveis para serem distribuídos para as famílias carentes de Cuiabá.

O próprio edital de licitação para a construção do novo estádio previa um espaço para eventos, como shows, feiras, convenções, além da realização de partidas de futebol: “Aviso de licitação – concorrência edital n° 017/2009 (Arena Multiuso – novo verdão), publicado pelo então governador Blairo Maggi, defensor da construção do espaço multiuso.

PROTEÇÃO AO GRAMADO

Várias visitas técnicas na Arena Pantanal foram realizadas pelas equipes da Prefeitura de Cuiabá, Governo do Estado, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, patrocinadores e fornecedores regionais e nacionais para mapear o evento. A preservação e cuidado do gramado já havia sido questionada. De antemão, o Município se colocou à disposição para fazer todos os reparos e benfeitorias necessárias no estádio, e foi feita pesquisa sobre empresa que possui material específico para proteção do gramado.

Após os levantamentos, foi definido que o piso a ser utilizado como proteção do gramado seria o Easyfloor Plus, um polipropileno de alta resistência e impacto.  A empresa contratada, por meio de patrocínio da iniciativa privada, é a mesma que atende estádios como: Allianz Parque, Arena Pernambuco, Arena Grêmio, Estádio Beira Rio, Arena Dunas, Estádio Mineirão, Estádio do Canindé e Arena da Amazônia.

“Além de se preocupar com a melhor proteção para o gramado, foi solicitado pelo Governo do Estado que a Prefeitura de Cuiabá fizesse seguro da grama e da Arena em geral, além de garantir ainda que caso houvesse qualquer dano, todos os reparos necessários seriam realizados”, lembrou o secretário de Inovação e Comunicação, Júnior Leite.

Mesmo com as garantias, a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) se opôs a realização do evento.

ARENAS MULTIUSO

O Allianz Parque, estádio do Palmeiras, recebeu megashows em seu estádio. Coldplay, Paul Mccartney. Foo Fighters, Katy Perry, Aerosmith, Roberto Carlos e festivais nacionais como o Villa Mix já foram realizados no local.

Somente em 2017, o estádio do Palmeiras recebeu 17 noites de apresentações, com público acumulado de 600 mil pessoas somente em 2017. Naquele ano, o Allianz Parque foi o estádio com o maior número de grandes shows do mundo.

Na contramão do que é praticado nos grandes centros, a Arena Pantanal é vetada para receber grandes eventos como o Festival 300 e acumula gasto anual de R$ 3 milhões para ser mantida, de acordo com levantamento do Jornal O Globo do final do ano passado.

SESSÃO DE USO

Após o protocolo em outubro e visitas técnicas na Arena Pantanal, assim que a atual gestão do Governo do Estado assumiu o mandato, foi encaminhado à organização do Festival 300 Anos, e-mails listando os documentos necessários para serem entregues para a assinatura da sessão de uso. O documento não estipulava prazo de entrega.

Com os documentos solicitados em mãos, a organização aguardava apenas o protocolo do projeto de segurança do Corpo de Bombeiros, que normalmente é emitido entre 10 a 15 dias antes de qualquer evento.

Júnior Leite explica que como o evento não foi custeado pela Prefeitura de Cuiabá, qualquer tipo de multa que houver não será para o Município, e sim para a organização do evento. Confirma que está em diálogo desde quinta-feira (21) com os patrocinadores e contratados para discutir o assunto e evitar multas.

Muitos contratados, como a dupla Zezé di Camargo e Luciano já abriram mão de cobrar multa da organização do evento, alguns dos patrocinadores já se colocaram à disposição para arcar com eventuais custos que ocorrerem de multas.