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Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência /

06 de Março de 2012 16h00

Casa de Amparo de Cuiabá é referência no atendimento a mulheres vítimas de violência

Patrícia Neves-SMASDH-9956-5122

A Casa de Amparo às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica, instalada pela Prefeitura Municipal de Cuiabá e cuja coordenação é realizada pela Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano Social (SMASDH), é uma referência para Mato Grosso no acolhimento a mulheres em situação de risco. 

A unidade está instalada há quase dez anos na capital e presta um importante auxílio de reabilitação psicológica para aquelas que denunciaram agressões. Hoje, três mulheres e três crianças estão protegidas na unidade, fundada em agosto de 2002.

Em um ambiente construído para ofertar segurança, assistência social, atendimento psicológico, acompanhamento jurídico, transporte escolar, ao longo de uma década, a Casa já prestou auxílio a  2.405 pessoas (deste total 976 mulheres e 1.429 crianças). No total, a casa disponibiliza 45 vagas para acolhimento. 

“A assistência é completa em todos os aspectos. A partir do momento em que a pessoa chega aqui, ela recebe toda a orientação jurídica, sobre como e onde solicitar pensão alimentícia, como requisitar os benefícios de projetos sociais. Toda a proteção à pessoa é assumida aqui”, relata a coordenadora da unidade, a psicóloga Maria Auxiliadora de Oliveira.  Ela ainda pontua que existe um técnico em enfermagem que atua em regime de plantão para o atendimento. “Realizamos também o encaminhamento às unidades de saúde, sempre que necessário, assim como às clínicas odontológicas”. 

Também é possível participar de diversas oficinas, muitas vezes ofertadas por mulheres que já receberam atendimentos e atuam como voluntárias, já que a  Casa de Amparo possui espaço adequado para a laborterapia. 

Inauguração

A Casa de Amparo ainda oferece um ambiente de apoio pedagógico, com materiais didáticos e videoteca. A partir da próxima quinta-feira, 8/03, mediante parceria com o Núcleo de Atendimento à Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT) será  inaugurado  um novo espaço de leitura na unidade.  

Auxílio 

Por quase três meses, A., de 40 anos, morou na Casa de Amparo. O sigilo do bairro onde a unidade está instalada, assim como o apoio dos profissionais, foram essenciais para que ela recomeçasse a vida, livre das sessões de espancamento a que era costumeiramente obrigada a passar. “Eu fiquei por quase cinco anos casada e as agressões sempre aconteceram. A situação acabou se agravando e dei queixa. Eu o deixei e fui pra Casa de Amparo com meu filho de 3 anos. Recebi toda a assistência enquanto estive lá”.

 N., de 33 anos, é mãe de duas meninas de 9 e 12 anos. Foi agredida depois de recusar a aceitar o ex-marido que a traiu e quis retornar para casa. Agredida, N. denunciou o ex-companheiro e está há dois meses na Casa de Amparo com suas filhas, que freqüentam regularmente às salas de aula sem prejuízo algum do ano letivo  (o transporte é garantido pela unidade). Ciente da necessidade de denunciar agressores ela desabafa: “mulher nenhuma deve ficar quieta. Não aceite. Não fiquei quieta. Ele não chegou a ser preso, mas eu fiz a minha parte”.

Sobre o período em que está na Casa, ela relata que foi muito bem acolhida. “Eu tenho um irmão em Cuiabá, mas esse local é adequado para o atendimento. As pessoas são mais preparadas”. 

O trabalho realizado na Casa de Amparo é feito em parceria com o Poder Judiciário, Promotorias Públicas e Delegacias Especializadas no Combate aos Crimes Contra Mulheres.