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Assistência Social, Direitos Humanos e Inclusão / CCI PADRE FIRMO

18 de Dezembro de 2025 11h45

Baile de dezembro reúne mais de 200 idosos, celebra convivência, cuidado e recomeços

José San Martin Camiña Neto

Erlan Aquino

Arquivo

Com música, dança, oração, abraços e histórias de vida compartilhadas, o baile mensal nesta quinta-feira, 18 de dezembro, no Centro de Convivência de Idosos (CCI) Padre Firmo, no bairro Porto, reuniu mais de 200 idosos e marcou o encerramento das atividades de 2025 com emoção, gratidão e esperança. O evento contou com a presença de gestores municipais, servidores, familiares e convidados, reforçando o papel do CCI como espaço de acolhimento, saúde emocional e fortalecimento de vínculos.

A secretária municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e Inclusão, Hélida Vilela, representou a primeira-dama e vereadora Samantha Íris, que não pôde comparecer em razão de compromissos na Câmara Municipal. Em sua fala, Hélida agradeceu a participação de todos, desejou um Feliz Natal aos presentes e foi bastante aplaudida ao anunciar o projeto de climatização do espaço. “Tudo tem sido feito com dedicação na gestão do prefeito Abílio, e há muitas novidades previstas para o próximo ano”, afirmou.

Também prestigiaram o encontro a secretária-adjunta de Assistência Social, Paola Reis e o secretário-adjunto de Trabalho, Willian Campos.

A programação começou com abertura solene, momento de colheita simbólica, oração e apresentação dos servidores. Houve lanche de recepção, uma retrospectiva do ano apresentada em formato de jornal, apresentações musicais produzidas pelos próprios colaboradores, sorteio de brindes, almoço coletivo e, ao final, uma palestra de encerramento. Cada etapa reforçou o sentido de comunidade que caracteriza o CCI Padre Firmo.

Histórias que dão sentido à convivência

Entre os muitos relatos que traduzem a importância do espaço, o casal Maria Cleide da Costa Neves, 61 anos, e Roberto Neves da Silva, 70, emocionou ao contar como o CCI transformou suas vidas. Maria Cleide relata que chegou ao centro em um momento de depressão. “Hoje estou outra pessoa. Participo da hidroginástica, das rodas de conversa e voltei a sorrir. Aqui somos uma família”, afirmou. Roberto reforçou que as atividades impactaram diretamente sua saúde e disposição. “Tudo aqui é para o bem-estar. Com 70 anos, sigo ativo, faço caminhada e continuo participando da Corrida de Reis”, contou, convidando outros idosos a conhecerem o espaço.

Frequentador há cerca de 25 anos, o professor João Batista define o baile como “terapia”. Viúvo há quatro anos, ele destaca que a convivência no CCI ajuda a combater o isolamento, fortalece amizades e contribui para a saúde mental. “Aqui é lazer, prevenção e cuidado”, resumiu.

A idosa Maria Luiza da Silva, 73, ex-servidora da Assistência Social, mantém vínculo com o local há mais de duas décadas. Ela participou do baile acompanhada da mãe, Palmira Mônica da Silva, de 98 anos. “É maravilhoso conviver aqui. Faço questão de trazê-la sempre”, disse, mesmo reconhecendo que algumas atividades seguem temporariamente suspensas por questões estruturais.

Indicado por um médico para a hidroginástica, Tarcísio, 77 anos, acabou se apaixonando pelo grupo. Ele destacou a importância da preservação do espaço e agradeceu ao prefeito Abilio Brunini por manter o CCI em funcionamento. “Esse lugar é essencial para nós. Aqui é acolhimento e dignidade”, afirmou, desejando um Feliz Natal a todos.

Para Marly Sandra Riquelme, 63 anos, frequentadora dos bailes há três anos, o evento é “terapia mental”. Aposentada, ela destaca o valor do acolhimento, das amizades e das palestras. “Aqui a gente se cuida, se arruma, se sente viva. É um compromisso que faço questão de manter”, disse, já garantindo presença nos próximos encontros.

Um recomeço possível

Entre os depoimentos mais sensíveis está o de Maria Elisabete Cordeiro de Morais, 60 anos, que participou do CCI pela primeira vez, convidada por uma amiga. Com receio de sair sozinha, ela encontrou no centro um espaço para recomeçar. Maria Elisabete falou da solidão e da dor emocional de se sentir distante dos filhos, mas destacou que, no CCI, encontrou escuta, amizade e acolhimento. “Aqui eu me senti vista. Quero começar uma nova fase, conviver, crescer”, afirmou, resumindo o sentimento de muitos idosos que buscam no centro uma rede de apoio e pertencimento.

Política pública construída com escuta

Em sua fala, a secretária Hélida Vilela destacou que o município tem retomado e fortalecido políticas voltadas à pessoa idosa, com foco na melhoria das unidades, na reativação de atividades e, principalmente, na escuta dos usuários. “Estamos fazendo o que eles gostam: bailes, oficinas de artesanato, pintura, crochê e, em breve, a retomada da costura. A gestão precisa ouvir os idosos e construir junto”, afirmou.

Segundo ela, o baile de dezembro simboliza o fechamento de um ano de reconstrução, com participação expressiva da comunidade. Para 2026, a secretária anunciou planejamento de melhorias estruturais, especialmente na climatização das unidades, considerando o calor intenso de Cuiabá, além da continuidade das reformas e da busca por recursos para ampliar a rede de atendimento, como a implantação de um Centro-Dia.

“A população idosa construiu a sociedade que temos hoje. Ela merece cuidado, respeito e carinho”, concluiu Hélida, destacando o compromisso da gestão municipal com essa política pública.

Um espaço que transforma quem cuida e quem é cuidado

A gerente do CCI Padre Firmo, Ely-Ane Campos de Arruda, ressaltou que o baile é um momento de celebração e reflexão para idosos e servidores. Atualmente, o centro atende cerca de 274 idosos matriculados, distribuídos em dez grupos, com atividades de segunda a quinta-feira. Cerca de metade desse público participou do evento de encerramento do ano, além de acompanhantes e convidados.

“Aprendi aqui que a vida não acaba aos 60, ela começa. Eles dançam, fazem ginástica, jogam vôlei e chegam cedo, cheios de alegria. São uma inspiração para todos nós”, afirmou. Ely-Ane também destacou a retrospectiva mensal apresentada durante o evento, que relembrou ações como o Dia da Gratidão, o Carnaval e outras atividades que marcaram o ano.

O baile de dezembro do CCI Padre Firmo encerrou o ano reafirmando que envelhecer com dignidade passa, sobretudo, pelo direito à convivência, ao cuidado e à escuta. Entre músicas, abraços e histórias reais, o centro mostrou que ainda há muito a viver, e a celebrar.