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08 de Setembro de 2010 09h00

Artistas fazem tributo ao humorista Liu Arruda

Lis Ramalho-Assessoria/SMC

Os amantes da arte de Liu Arruda poderão reviver a trajetória do grande artista, que com sua irreverência humorística, fez de Mato Grosso, seu palco. Apesar, de sua ausência física, Liu Arruda faz parte da alma cultural e do linguajar cuiabano. Seu humor, carisma e humildade vão ficar para sempre na memória dos admiradores de sua arte.

E com esse respeito, o eterno fã do humorista, o artista plástico Régis Gomes organizou uma exposição de telas, que começa hoje (08/09), na Secretaria Municipal da Cultura de Cuiabá. A mostra que vai até o dia 24 de setembro, conta com mais de 30 quadros, com os personagens mais queridos e engraçados de Liu Arruda.

Hoje, a abertura do evento, que será às 19h, contará com o tributo “Irreverência”, a Liu Arruda. A comadre Nhanha – cover de Arruda – vai encenar alguns dos personagens que marcou a vida artística do humorista. Outros profissionais que trabalharam com Liu; como Comadre Pitú, Totó Bodega, Ivan Belém, também vão animar e alegrar a noite que dará início a exposição.

Em suas telas, Régis Gomes buscou trazer o lado vivo e alegre de cada personagem de Arruda. O público poderá conferir quadros como, a Comadre Dede, Comadre Nhara, Juca, Gradestone, Xapola, Ramona, dentre outros. O artista plástico destacou que assim como Liu, ele buscou fazer algo diferente. As telas foram trabalhadas com tintas, tecidos, e colagens, além de objetos como brinco e colares, para enriquecer ainda mais o personagem.

“Com irreverência, conquistou a todos, do lixeiro ao governador. Atire a primeira pedra quem não deu uma gargalhada com Ramona, Dedê, Juca, ou mesmo Xapola”, salientou Gomes.

Para o secretário municipal da Cultura de Cuiabá, Sérgio Cintra, a linguagem de um povo é um dos principais instrumentos para o conhecimento de sua cultura e de seus valores. Cintra destacou que Liu Arruda conseguia de maneira lúdica, transmitir o "cuiabanês", reacendendo toda estima de um povo que se perdia no tempo, e que, ainda hoje, luta para preservar sua cultura, em meio a todas as transformações. “Ele (Liu) com sua irreverência, fazia-nos recordar de nossos valores culturais esquecidos por conta da migração e da sobreposição de uma cultura sobre a outra. Liu Arruda é inspiração e referência para muitos artistas que estão começando”, frisou o secretário.

Um pouquinho do Liu

Liu Arruda nasceu em 30 de maio de 1957, filho de Nilson Arruda e Tanita Marques de Pinho Arruda. Foi o único cuiabano da família - os outros irmãos nasceram em Corumbá/MS - e o único a herdar da mãe o interesse pelo teatro.

Esse grande artista continua sendo o mais popular desde a década de 80. Sua galeria com quase 40 personagens permanece no imaginário coletivo, como se de repente a Comadre Nhara estivesse apenas tirando férias.

A primeira apresentação aconteceu em 1968, no Colégio São Gonçalo. Fez uma dublagem de “Balada para um Louco”, uma versão de Moacir Franco para a música de Astor Piazzola. A partir daí mostrou que teatro não seria apenas uma brincadeira.

Nos anos 70, junto com Ivan Belém, participou do grupo de teatro do Sesi “Pequenos Gigantes”, atuando na peça Camilo Ramos Suing. Atuou em várias apresentações em escolas, entre elas “As Moreninhas”.

Com Ivan Belém, o artista tomou conta da noite, com as poderosas Creonice e Comadre Nhara. Uma união que emplacou de vez com o espetáculo, “Elas por Eles.

O público tornou-se um dos componentes principais para o estilo dos atores que foram dirigidos por vários diretores, como Chico Amorim, Juarez Compertino, Maurício Leite, Oscar Ribeiro, e Meire Pedroso.

Em mais de 25 anos de carreira e centenas de apresentações teatrais, Liu ainda participou da novela “O Campeão”, da Rede Bandeirantes, e teve participação no especial “A Lenda”, apresentado pela TV Manchete. Manteve colunas em jornais e espetáculos que tiveram temporadas de quase um mês de casa lotada. Além de ter lançado o CD “Ocê qué vê, escuta”, com catorze faixas, sete músicas e sete piadas.

Liu Arruda morreu no dia 24 de outubro de 1999, com 42 anos. Na memória coletiva deixa a marca de alegria, vontade de viver, e, principalmente, de amor à arte, e à sua terra natal.

A Secretaria Municipal da Cultura de Cuiabá está localizada na Rua Barão de Melgaço, 3.677 – Centro Histórico. A mostra de telas ficará em exposição de segunda a sexta-feira, em horário comercial.

 

Secretaria Municipal da Cultura de Cuiabá
(65) 3617-1274 / 8415-0916