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Mobilidade Urbana / Artigo

22 de Julho de 2015 11h49

Artigo - A preocupação é ainda maior com quem anda sobre duas rodas

Thiago França*

Marcos Vergueiro

Arquivo

Das invenções que o homem já produziu, a roda pode ser considerada um dos feitos mais fascinantes e também um dos mais devastadores. Ela permitiu um grande avanço no desenvolvimento tecnológico, mas vem tirando milhares de vidas a cada ano em todo o mundo, além do altíssimo custo social, como resultado de acidentes e violências, principalmente no trânsito.

A preocupação maior é com quem anda sobre duas rodas. Os acidentes envolvendo motocicletas são crescentes em todas as regiões, em decorrência do aumento da frota e das facilidades no financiamento destes veículos.

Segundo o portal Mobilize Brasil, nos últimos seis anos, o número de motos aumentou 127,8% em Cuiabá. No Brasil, os números são assustadores, mais de 19 milhões de motocicletas, conforme apontam as estatísticas do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

Atrelados ao crescimento desenfreado da frota estão as atitudes incompatíveis dos condutores. Trafegar em ziguezague ou em excesso de velocidade, transitar sem roupas apropriadas, sem o capacete de segurança, mudar repentinamente de faixa de trânsito, efetuar manobras arriscadas ou ultrapassar veículos sem os cuidados indispensáveis, contribuem para formação de um conjunto de irregularidades e desafios ao perigo, levando o Brasil a ser classificado com a 2ª maior taxa de mortalidade em acidentes com motos no mundo, segundo o Mapa da Violência 2013, feito pelo Instituto Sangari.

São 7,1 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes. Nos últimos 15 anos a taxa de mortalidade sobre duas rodas aumentou 846,5%.

Diante disso, a Prefeitura de Cuiabá, em parceria com a iniciativa privada, realizará no próximo sábado, dia 25 de julho, no Ginásio Verdinho, o projeto “MotoEducação”, cujo objetivo visa desenvolver uma série de ações educativas, de conscientização, bem como ofertar diversos serviços gratuitamente.

Sabemos que o problema do trânsito não está próximo do fim, mas depende da soma de esforços de cada um de nós. E nosso papel, enquanto poder público, é o de mobilizar a sociedade, através de ações educativas e culturais como estas, para promover a preservação e valorização da vida. Afinal, educar para o trânsito, é educar para a vida!

*Thiago França é secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá