Notícias

Empresa Cuiabana de Zeladoria e Servicos Urbanos / CONSCIENTIZAÇÃO

24 de Maio de 2018 10h00

Armazenamento de objetos perfurocortantes para o descarte exige um cuidado maior do cidadão

BRUNO VICENTE

Luiz Alves

Arquivo

Manter a cidade limpa e bem cuidada é um processo que exige uma responsabilidade compartilhada entre os diversos segmentos de uma sociedade. Dentro desse importante ciclo existe uma classe que exerce um papel fundamental, ajudando na preservação do meio ambiente e na melhoria da qualidade de vida de cada cidadão. Esses são os agentes de limpeza pública, conhecidos popularmente como garis, que dia após dia percorrem as milhares de ruas da Capital recolhendo e dando a destinação correta para as toneladas de resíduos domiciliares produzidos em solo cuiabano.

Durante a jornada diária, os desafios enfrentados por cada um não são poucos. Além das dezenas de quilômetros trilhados a cada turno de trabalho e uma rotina que exige uma preparação física de um verdadeiro atleta, os mais de 300 servidores que atuam no município têm que lidar com um tipo de situação que demanda uma maior colaboração por parte de cada morador. Trata-se da não separação adequada de objetos perfurocortantes como vidros, metais pontiagudos, espetos de madeira, lâminas de barbear, cerâmica, e diversos outros que oferecem riscos a integridade física dos coletores.

De acordo com o secretário municipal de Serviços Urbanos, José Roberto Stopa, em Cuiabá grande parte da população ainda está aprendendo a criar o hábito de separar esses materiais do restante dos resíduos. Segundo ele, a estimativa é que apenas um grupo de 20% a 30% dos cuiabanos possui essa preocupação na hora de realizar o descarte. Diante da altíssima demanda de conscientização, o secretário destaca que a pasta tem procurado desenvolver ao longo dos bairros da cidade um trabalho de educação ambiental, tendo como um dos temas o acondicionamento apropriado dos detritos gerados em cada residência.

“Estamos avançando com o programa de coleta seletiva e em todas as comunidades em que chegamos ensinamos sobre o armazenamento adequado desses materiais que causam perigo aos nossos garis. Foi uma forma que encontramos para auxiliar na eliminação de acidentes oriundos de situações dessa natureza, em que temos feito com que o morador tenha a ciência da ameaça que representa colocar esses objetos de forma inadequada. Precisamos melhorar muito ainda. Todavia, acredito que com esse trabalho podemos fazer com que 100% da população tenha essa preocupação. Esse é o grau que considero satisfatório para Cuiabá”, comenta Stopa. 

Uma das pessoas que já sofreu ferimentos por conta do descarte incorreto de objetos perfurocortantes foi a agente de limpeza Stela Maris Spindola, de 41 anos. Atuando há pouco mais de sete meses no serviço de coleta, Stela relata ainda que, ao percorrer cerca de seis bairros por dia, outro problema muito comum também é notado: a ultrapassagem do limite de capacidade estipulado em cada saco de lixo. Conforme a trabalhadora, os dois casos se enquadram no tipo de situação na qual os garis não possuem total controle, tornando assim praticamente impossível uma antecipação aos acidentes.

“Faça chuva ou sol, estamos sempre empenhados para realizar nosso serviço. Então, pedimos à população que faça uma melhor separação do lixo. Já cheguei a furar minha mão, e outros companheiros também. Por isso, é fundamental que o morador tenha esse cuidado. Outro ponto importante é colocar uma quantidade conveniente nas sacolas. É preciso entender que não é por que a capacidade do saco de lixo é de 100 litros, por exemplo, que se deve enchê-lo até a boca. Muitas vezes o saco acaba rasgando e para juntarmos e corrermos atrás do caminhão ao mesmo tempo fica muito mais difícil”, salienta a coletora.

Medidas de proteção

A técnica de segurança da Locar Gestão de Resíduos, Ilara Freitas, conta que, no intuito de reduzir ao máximo os riscos, a empresa oferece uma série de medidas preventivas. Dentre as ações promovidas pela companhia responsável pela execução do serviço na Capital, a técnica de segurança destaca a distribuição e constante monitoramento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), além da realização de treinamentos de integração com todos os colaboradores antes de ingressarem na atividade, reciclagens desses treinamentos, e reuniões semanais sobre a necessidade do redobramento da atenção durante a operação de coleta.

“Entregamos aos nossos colaboradores equipamentos como uniformes com faixas refletivas, luvas de proteção com revestimento de borracha nitrílica granulada na palma da mão e no dorso, boné árabe para proteção solar, óculos de proteção incolor ou fumê, capa de chuva, sapato tipo bota com biqueira de PVC, máscara, e outros equipamentos considerados fundamentais. Também temos a preocupação de fazer treinamentos alertando os servidores a ficarem atentos aos acontecimentos e cuidados diários durante a coleta. Sempre fazemos ainda campanhas para que possamos abordar de forma mais chamativas os assuntos sobre segurança no local de trabalho”, esclarece Ilara.

Dicas de armazenamento

O diretor de Resíduos Sólidos, Anderson Matos, explica que, durante a execução da profissão, os trabalhadores não têm muitas possibilidades de prever a ocorrência desses acidentes. Nesse sentido, o diretor argumenta que resta aos agentes de limpeza confiar na boa vontade de cada cidadão. “São pessoas que trabalham diuturnamente correndo esse tipo de risco. Tudo isso sempre pensando em oferecer o melhor para cidade. Então, pedimos a cada cuiabano que pense com mais carinho nessa classe que não poupa esforços para dar a destinação correta ao lixo que produzimos”, enfatiza Matos.

Para colabora com o trabalho dos valorosos garis, o munícipe pode adotar hábitos simples, mas que garantirão uma coleta eficiente e totalmente segura para aqueles que se empenham na manutenção de uma cidade limpa, bela, e cada dia mais agradável para se viver. Veja abaixo algumas dicas que podem ser praticadas:

  1. ·         Ao descartar objetos cortantes como lâmpadas, copos, espelhos, lâminas, e outros pedaços de vidros, garanta que eles estejam totalmente isolados do restante dos resíduos. Para isso, pode-se usar uma grande quantidade de jornal ou papelão para embrulhá-los.
  2.  

·         Utilize também garrafas pet como embalagens para materiais pontiagudos como espetos de madeira, pregos, parafusos, ou até mesmo o próprio vidro.

  1.  
  2. ·         Antes de jogar fora uma lata com tampa serrilhada, opte sempre por dobrá-la para dentro da embalagem.
  3.  
  4. ·         Faça sempre questão de identificar no saco de lixo a existência de objetos perfurocortantes. Dessa forma, os servidores poderão tomar um maior cuidado durante o manuseio.