Notícias

Além de proporcionar experiências riquíssimas para todos os visitantes, a Arena Cultural guarda também tesouros históricos, como é o caso da tribo indígena Umutina (15 quilômetro de Barra do Bugres). Com uma tenda trazendo o melhor do artesanato em colares, brincos e assessórios típicos da cultural indígena, a tribo mantém viva uma tradição pouco lembrada atualmente: o trabalho manual como fonte de renda de uma comunidade inteira.

“Nasci na tribo e moro lá até hoje. Estou há 64 anos participando da história de Umutina e é maravilhoso ver como a comunidade inteira se envolve no artesanato. As crianças aprendem desde cedo e essa tradição é mantida viva dentro da família”, conta dona Carminda Monzilar.

Como parte da trajetória da Tribo Umutina, todos são ensinados a fazer o trabalho manual e a confeccionar anéis, arcos, colares, brincos, entre outros. A venda destes produtos é essencial para manter a aldeia, que também vive da agricultura familiar.

“Nossa comunidade é composta por cerca de 500 pessoas e todas elas são incentivadas e educadas a contribuir para o crescimento e fortalecimento da tribo. Aprendi a fazer artesanato aos 15 anos com meu pai e passei essa tradição adiante para os meus oito filhos. Todos contribuem. É um trabalho feito por várias mãos”, revela Carminda.

Essa tradição de manter o artesanato como fonte de renda de inúmeras famílias também é uma forma de resgatar a cultura indígena e não deixa-la morrer. A iniciativa funciona e Leidiane Kupodonepá, 16, confirma isso.

“É importante manter a tradição indígena viva, algo que meu avô me ensinou desde pequena. Nós somos os descendentes e responsáveis por dar sequência no legado da Tribo Umutina. O artesanato faz parte da nossa identidade e revela a diversidade do povo da nossa comunidade. É meu papel representar bem nossa aldeia e o trabalho manual que fazemos ajuda a sustentar nossas raízes e nossa tribo", conclui Lediane.