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Saúde / ASSISTÊNCIA EM SAÚDE

09 de Fevereiro de 2023 08h51

Após desestruturação pelo gabinete de intervenção, Cuiabá reabre leitos de UTI convencional no antigo Pronto Socorro

ROBERTA PENHA

Luiz Alves

Arquivo

Devido à crescente demanda por leitos de UTI adulto convencionais no setor de urgência e emergência da Central de Regulação e à escassez de vagas na rede hospitalar assistencial, o Município de Cuiabá reabriu os 10 leitos de UTI no antigo Pronto Socorro (HPSMC), que haviam sido transformados em leitos de UTI Covid-19 pelo Gabinete de Intervenção do Estado. A diminuição do número de UTIs convencionais desestruturou a rede, prejudicando pacientes que aguardavam por estes leitos. A Secretaria Municipal de Saúde – SMS protocolou na Secretaria Estadual na última sexta-feira (03), um comunicado sobre a conversão dos leitos.

“Quando o Gabinete de Intervenção assumiu a saúde Municipal, a equipe do estado transformou 10 leitos de UTI e 20 de enfermaria em leitos exclusivos para pacientes Covid. Desde a mudança na configuração dos leitos, apenas uma única vez seis destes leitos foram ocupados, entre UTI e enfermaria. Sendo assim, decidimos transformá-los novamente em leitos convencionais, que terão mais utilidade, tendo em vista à constante demanda por UTI por pacientes de Cuiabá e de outras cidades de Mato Grosso”, revelou o secretário Municipal de Saúde, Guilherme Salomão.

Na quarta-feira (8), o antigo Pronto Socorro voltou à configuração original: 186 leitos, sendo 40 leitos de UTI geral e 15 leitos de UTI pediátrica. “A única diferença é que vamos deixar 5 leitos de UTI pediátricas para crianças que estiverem com Covid. Atualmente estes são os únicos leitos de UTI para crianças com Covid em todo o estado. Os demais leitos, que são de enfermaria, serão utilizados para pacientes que passarem por cirurgias e para internação clínica”, disse Salomão.

O hospital estava sendo utilizado para realizar as cirurgias eletivas do Programa MT Mais Cirurgias e recebendo pacientes que precisavam de internação em UTI convencional, além de pacientes de UPAs e Policlínicas que necessitavam de internação em leitos comuns. No fim do mês de dezembro, a direção do antigo PS aproveitou o período de festividades para realizar uma reforma na Central de Material e Esterilização (CME) e com isso suspendeu temporariamente a realização das cirurgias. Conforme calendário pré-estabelecido pela gestão da Secretaria Municipal de Saúde - SMS a retomada das cirurgias eletivas seria realizada a partir de 9 de janeiro de 2023, mas a ação de intervenção pelo Governo do Estado na administração da Saúde Pública desestruturou completamente a programação do hospital.

“A intervenção foi instaurada em 28 de dezembro e durante a ação do gabinete, as obras da CME foram totalmente paralisadas. Com a suspensão das obras e as alterações promovidas pelo Estado, que demitiu vários servidores, o planejamento e mapeamento das cirurgias foram prejudicados. Além disso, no mesmo período, 30 leitos que eram destinados ao atendimento pré-cirúrgicos e pós-cirúrgicos ficaram quase que totalmente ociosos”, comentou o secretário.