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Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e Sustentável / MAUS-TRATOS

27 de Fevereiro de 2024 15h42

Animais resgatados em situação de maus-tratos em condomínio recebem cuidados e passam por cirurgia

ELIANA BESS

Emanoele Daiane

Arquivo

Os três animais resgatados no dia 22 deste mês, em uma residência de classe média, em um  condomínio fechado, no bairro Distrito Industrial, recebem cuidados veterinários. Dois deles, sendo uma fêmea da raça Lhasa Apso, a Vida Maria, de aproximadamente 8 anos de idade e um macho, o Caramelo (um Bulldog Francês), aparentando mais de seis anos, foram submetidos nesta terça-feira (27) a cirurgias.

 Os procedimentos e todo o atendimento necessário foram realizados, por meio da clínica veterinária que possui convênio com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e Sustentável (via Secretaria Adjunta de Bem-Estar Animal). Os animais foram resgatados em uma ação policial que contou com apoio da Prefeitura de Cuiabá.

A cadelinha da raça Lhasa teve o útero retirado. Já o cão macho, passou por cirurgia dos testículos, em razão de grave infecção.  O terceiro animal, Belinha, (Bulldog) não necessitou de cirurgia e segue em tratamento.

Os três bichinhos também receberam tratamento de otite e dermatite, além de tratamento contra carrapatos.

Logo após o resgate, os três foram submetidos a avaliação clínica, levando em consideração o histórico em que viviam, a rotina de auto medicação e uso indiscriminado de medicamentos impróprios.

“A maioria está com lesão de pele, visivelmente mau cuidado e otite (infecção no ouvido) bem severa. O diagnóstico é com base em todos os parâmetros da avaliação clínica e dos exames de laboratório. Os animais passaram por exame de ultrassom, raio-x, exame de sangue e assim fomos detectando todas as doenças que eles têm e fomos tratando”, revelou o médico veterinário que recebeu os animais na clínica, Guilherme Mota Soares.

Segundo o veterinário, não dá para prever quanto tempo os animais sofriam os maus-tratos considerando que cada organismo reage de forma diferente. “Apresentam um estado delicado no momento que chegaram, com alterações diversas. Então, temos uma noção de ser mais de mês a situação, onde os animais foram negligenciados. Ao contrário do que muita gente pensa, maus-tratos não é só lesionar, machucar. O fato de negligenciar saúde, negligenciar atenção também é considerado maus-tratos. Por isso é difícil dizer há quanto tempo, porque tem animaizinhos que são mais resistentes, ou mesmo apresentando os sintomas vão resistindo há mais tempo. Embora doenças como a do carrapato possa levar a óbito, mas acredito que os três sairão bem dessa”, frisou Guilherme.

“O importante é que foram resgatados graças a uma pessoa de bom coração que se comoveu com o que viu e denunciou. Agora, esses animais estão recebendo o atendimento necessário e se recuperando bem. Já ganharam peso e logo poderão deixar a clínica e seguir para a Bem-Estar Animal onde prosseguiremos com os cuidados. Somente depois que estiverem ótimos, curados e sãos é que serão disponibilizados para adoção”, disse o secretário adjunto da Bem-Estar Animal, Ademir Germinaro.

Entenda o caso

Os animais foram resgatados na semana passada (dia 22), pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema) – Núcleo de Proteção Ambiental, em conjunto com a Secretaria Adjunta de Bem-Estar Animal, Secretaria Municipal de Ordem Pública (Sorp) e o Centro de Zoonoses de Cuiabá, por meio de denúncia, em ação que integra a Operação Sansão, cujo foco é o combate ao crime de maus-tratos de animais domésticos.

Na ocasião, uma mulher de 49 anos que era responsável pelos animais foi autuada em flagrante por maus-tratos de quatro cachorros que ficavam em sua residência. Porém, um deles morreu um dia antes da atuação da equipe e a dona teria jogado o corpo do animal em uma região do bairro Carrapicho, em Várzea Grande. A polícia vasculhou o local mencionado pela mulher e não encontrou nada. Ela teria confessado à equipe que fez o descarte irregular.

“Ela disse que teria colocado o corpo do animal em uma caixa e descartado em um terreno no bairro Carrapicho, em Várzea Grande. Quer dizer, crime ambiental, descarte indevido de resíduo biológico. A polícia esteve no local, mas não encontrou a caixa com o cachorro. Então, de fato, a gente não sabe o que aconteceu com ele”, pontuou a veterinária e responsável técnica do canil da Bem-Estar Animal, Tatiana Soares.