Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência /
24 de Setembro de 2010 17h34
Adolescentes da Capital participam de programa socioeducativo
A Secretaria de Assistência Social de Cuiabá recebeu para palestras, nesta sexta feira (24-09), os 40 adolescentes integrantes do programa de atendimento sócio-educativo em meio aberto. A equipe de técnicos do Centro de Referência Especial da Assistência Social – CREAS faz o acompanhamento dos adolescentes de forma individual, e uma vez por mês os recebe para uma tarde educativa. O tema da palestra foi o abuso de álcool e drogas.
Atendendo a convite do CREAS, os voluntários dos grupos AL-Anon/Alateen trouxeram a adolescente I.A. de 15 anos para prestar um testemunho pessoal. A adolescente, vestida com a blusa do colégio particular onde estuda, contou como começou a fazer uso de bebidas alcoólicas até chegar a perder o controle da vida, em um relato espontâneo e impressionante.
“Eu hoje não estou mais nas baladas, bebendo e ficando com 15 meninos por noite. Aquilo tudo não me trouxe nenhum ganho e tive muita decepção”, disse a jovem.
“Quando ingressei nesse programa de auto ajuda era muito orgulhosa. Foi difícil prestar atenção e ficar ouvindo. A onda era beber ou usar droga. Hoje tem gente que me chama de careta e eu não me importo. Eu agora sou única, consegui uma identidade, sou responsável. E mesmo assim aproveito a vida".
Segundo a mesma adolescente, hoje mesmo, no colégio onde estuda, ela e seus colegas fizeram teatro, o que a divertiu bastante. "Agradeço muito por essa oportunidade de falar sobre minha vida. Eu já quebrei copos ou pratos na parede. Ainda tenho muita raiva, mas aprendi a lidar com isso”. A menina completou seu depoimento dizendo que “o abuso das droga é uma doença incurável”.
Na plateia, alguns adolescentes que cumprem as medidas socioeducativas estavam acompanhados pelos pais. Sem se identificar, o pai de um jovem de 17 anos contou como o filho foi influenciado pelas más companhias e que as medidas judiciais estão ajudando muito na recuperação do filho. “Ele está prestando serviço de limpeza no Museu do Rio. Durante a semana vai à escola e não pode sair à noite. Temos fé que vai ficar bem”, confidenciou pai.
O secretário Jader Moraes recepcionou os adolescentes e se colocou à disposição para dialogar. “Vocês não estão presos aqui; não estamos tentando cercear a liberdade de vocês. Pelo contrário, queremos encontrar meios de ajudá-los a ter sucesso na vida. Contem sempre com o apoio da nossa equipe de psicólogos, assistentes sociais e educadores”. As medidas sócio-educativas são determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente - (Lei 8.069/90).