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Mobilidade Urbana / Estatística

29 de Junho de 2016 16h25

Ações no trânsito ajudam a reduzir o número de atendimentos no Pronto-Socorro em 35%

CARLOS MARTINS

Luiz Alves

Arquivo

Dados estatísticos divulgados pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) mostram que entre 2012 e 2015 houve uma redução de 35,51% no número de pessoas atendidas no Pronto-Socorro de Cuiabá, vítimas de acidentes de trânsito. Os números foram apresentados durante o lançamento do Painel de Mobilidade Segura na terça-feira (28), na sede da Semob.

Para o secretário Thiago França, as campanhas educativas desenvolvidas pelos órgãos de fiscalização na capital estão dando resultados, juntamente com outras medidas, como as adotadas para melhorar a segurança no trânsito. “Existem diversas intervenções que a prefeitura vem fazendo que contribuem para a redução do número de acidentes, como a implantação de fiscalização eletrônica, faixas de pedestres, binários, educação no trânsito e sinalização”, exemplificou o titular da Semob.

Conforme o levantamento, o número de atendimentos no Pronto-Socorro caiu de 6.524, em 2012, para 4.207, em 2015. Em 2012, 4.431 pessoas foram vítimas de acidentes com moto, 1.259 em acidentes com automóveis e outras 556 que foram atropeladas.  Os dados indicam que desde 2014 (a partir de agosto), quando começou a implantação dos equipamentos de fiscalização eletrônica na cidade, os números vêm caindo.

As estatísticas mostram que a partir de 2014, com o início de instalação dos equipamentos, houve uma queda nos números em relação aos tipos de acidentes. Em 2014, o número de pessoas atendidas por acidentes de moto já havia caído para 3.442, para 2.735 em 2015, e registra em 2016, até agora, 1.056 atendimentos. Quanto às vitimas de acidentes de carro, o número caiu de 1.543 em 2014 para 980 em 2015 e em 2016 tem 462 registros. Já o número de atropelados, caiu de 326 em 2014 para 265 em 2015 e 133 nestes primeiros meses de 2016.

“Percebemos que o automóvel, ainda que seja campeão em número de infrações, teve uma redução na quantidade de acidentes. Nos números com a motocicleta, que, infelizmente é a campeã em acidentes de trânsito, também se observa uma redução”, comentou Thiago França.

Mortes no trânsito

O estudo também apresenta um quadro comparativo entre a frota e o número de mortos no trânsito, conforme dados da Deletran (Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito). Em 2008, com uma frota de 231.048 veículos, ocorreram 131 mortes, número que caiu para 121 em 2014 (frota de 378.287 veículos) e para 63 em 2015 (399.191 veículos). Nestes primeiros seis meses de 2016, já morreram 48 pessoas em acidentes nas ruas de Cuiabá, o que deixa as autoridades em alerta.  

“Ainda com este decréscimo é um número que preocupa. Teremos que avançar em políticas públicas para que 2016 não tenha um número maior de mortes no trânsito. As fiscalizações, como a operação Lei Seca, blitzes e campanhas educativas devem ser intensificadas”, disse o secretário. “Entretanto, se continuar nesta linha, há uma probabilidade muito forte de fechar o ano com números menores em relação a 2015”, complementou.

Taxa de motorização

Os dados mostram também, utilizando uma metodologia aplicada em todo o País, que, embora tenha crescido o número de automóveis, baixou a taxa de óbitos. Em 2008 havia 42,41 veículos para cada grupo de 100 habitantes, com uma taxa de óbitos de 24,04 para grupo de 100 mil habitantes. Em 2015, a taxa de veículos foi de 67,82 para grupo de 100 habitantes; já a taxa de óbitos caiu para 10,85 para cada grupo de 100 mil habitantes.

Evolução da frota

O estudo apresentado aponta que em 15 anos a frota de carros e de motos em Cuiabá cresceu 225%. Passou de 112.446 para 366.038. Em comparação, o aumento populacional no período foi de 20%, evoluindo de 483.346 habitantes para 580.489 pessoas. O quadro mostra um salto no número de carros e motos entre 2000 e 2015. O número de automóveis cresceu 170% passando de 96.727 para 261.015. Já o número de motocicletas, pula de 15.719 para 105.023, numa evolução de 568%, o que ajuda a explicar o grande número de vítimas envolvidas em acidentes com moto.

Quando se faz um levantamento geral dos acidentes em toda a cidade (não só onde estão os equipamentos), observa-se que os números baixaram de 11.254 em 2013 para 10.311 em 2014 e para 9.529 em 2015. Até agora, em 2016, foram registrados 3.965 acidentes. “Na pior das hipóteses se acontecerem mais três mil acidentes, o ano pode fechar com cerca de 7 mil acidentes, que é um numero significativo comparado ao anterior”, disse Thiago França.

No levantamento do número de acidentes ocorridos nas vias onde foram instalados os 56 equipamentos de fiscalização eletrônica, observa-se que na maioria ocorreu uma significativa redução. Resumindo, as infrações caíram de 1.914 em 2013, para 1.587 em 2014, 1.398 em 2015 e, até agora, 561. “O que mais me chamou a atenção foi na Avenida do CPA, onde se observou ali uma acentuada redução no número de acidentes”, disse o secretário. Em 2015 foram registrados nesta avenida 282 acidentes e os últimos meses deste ano registram 76 casos.

Na Avenida Isaac Póvoas, em 2014 foram 74 acidentes, que diminuíram para 53 em 2015 e 28 no primeiro semestre de 2016. Na Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), em 2013 foram 244 acidentes, 184 em 2014, 144 em 2015, e, neste ano, até agora, 62 acidentes. Uma das exceções é a Avenida Miguel Sutil, que registrou um aumento no número de acidentes de 156 em 2014, para 233 em 2015. Segundo o secretário, os bloqueios realizados para as obras da Copa do Mundo podem ter contribuído para o aumento dos acidentes. Com os desbloqueios e instalação de radares, de 2015 para 2016 observa-se uma redução acentuada, já que até agora foram registrados 53 acidentes.

Dados mostram também que 15,62% das infrações de trânsito praticadas em Cuiabá são de placas de veículos de Várzea Grande. Dentre os cinco veículos que mais receberam multas em Cuiabá, o campeão é um Corsa Wind de Várzea Grande, que em 22 meses de fiscalização eletrônica, recebeu 261 multas. O levantamento mostrou também que uma motocicleta foi a campeã no excesso de velocidade. Ela foi flagrada por um equipamento instalado no cruzamento da Isaac Póvoas com a Comandante Costa a uma velocidade de 160 km por hora, enquanto que a velocidade máxima permitida naquela via é de 50 km por hora.

CONFIRA AQUI OS DADOS ESTATÍSTICOS DO TRÂNSITO DE CUIABÁ