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03 de Julho de 2024 10h31

A feminização do mercado de trabalho

MÁRCIA PINHEIRO

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Existe um fenômeno crescente em empreendimentos organizados por mulheres nos últimos anos, o que nos leva a buscar compreender a sua importância no cenário econômico e, primordialmente, as razões que levam o público feminino a empreender.

É claro que, se recorrermos à história, essa perspectiva começa a ganhar forma quando as mulheres passam a assumir tarefas além do âmbito familiar e doméstico, dadas as mudanças no contexto de nossa sociedade moderna.

E se formos um pouco mais além, notamos essa busca pelo reposicionamento na trajetória feminina durante a 1.ª e 2.ª Guerras Mundiais, quando mulheres ocuparam funções antes exclusivamente masculinas. Mas hoje, o que tem levado as nossas mulheres a empreender? Oportunidade ou necessidade? São diversos fatores que vão além de atender às necessidades mutantes da sociedade.

É preciso considerar as questões econômicas, sociais e psicológicas que diferem de mulher para mulher, pois as motivações estão associadas intimamente às necessidades pessoais.

Nessa perspectiva, conhecemos diversos perfis no programa Qualifica Cuiabá, ao longo dos anos. Desde a necessidade financeira básica até a extrema, quando a mulher quer deixar o ciclo da violência doméstica e não ser mais dependente economicamente de seu parceiro.

A pandemia também é uma grande responsável por levar as mulheres ao empreendedorismo, sendo um número considerável de negócios abertos nos últimos cinco anos. Existem também aquelas mulheres que ingressam por oportunidade, geralmente das classes A e B, com ensino superior. Seja pela falta de empregos formais ou pela busca da realização pessoal/profissional.

A verdade é que as mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho e assumem cada vez mais o papel de sustentar o lar como chefe de família. O empreendedorismo, sobretudo das mulheres, é um fator social e um fenômeno econômico de relevância singular caracterizado pela junção das necessidades, atitudes, percepções e influências.

Diante de todo esse cenário, é necessário que as instituições e organizações governamentais ofereçam cada vez mais políticas e incentivos para a capacitação técnica, fato que implica diretamente na geração de oportunidades.

No Qualifica são mais de 6 mil certificações femininas, inúmeros casos de empreendimentos e mulheres que mudaram a sua realidade social. O projeto chegou a ser referência nacional, sendo implantado com as mesmas diretrizes no Governo Federal.

Cuiabá tem caminhado nesse rumo, e a força do empreendedorismo feminino tem se tornado uma resposta significativa para as desigualdades de gênero tão presentes nos seios de nossa sociedade.

Márcia Pinheiro é atual primeira-dama de Cuiabá, empresária e pós-graduada em Gestão Pública.